segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rescaldo dos IX Jogos Desportivos Escolares: Festival trouxe benefícios económicos à Lichinga - consideram alguns comerciantes abordados pela nossa R

O governador do Niassa, Arnaldo Bimbe
OS grandes e pequenos comerciantes, sobretudo serviços de confecções e do ramo hoteleiro, bem como os vendedores da rua são os que mais ficaram beneficiados com a realização do Festival de Jogos Escolares em Lichinga, segundo a nossa constatação e de algumas pessoas ligadas àquelas áreas interpeladas pela nossa Reportagem para comentarem sobre o assunto. Aliás, o governador do Niassa, Arnaldo Bimbe, havia dado claras indicações de que o evento traria benefícios económicos locais e teria orientado à população para se preparar de modo a tirar proveito da contribuição que o festival proporcionaria à província.

Isso veio a confirmar-se com as declarações prestadas por alguns comerciantes no fim do festival, que apelaram para que mais eventos desta natureza tenham lugar no Niassa, por forma a promover o desenvolvimento da província, que ainda precisa de mais energia para aproximar ou alcançar o ritmo das outras.

Lichinga foi durante os Jogos, para além de um centro de férias desportivas escolares e de convívio entre os estudantes, um local de convergência de vários interesses, sobretudo económicos. Como exemplo, alguns dos comerciantes das províncias circunvizinhas, como Nampula, basearam-se na capital provincial do Niassa, para exporem os seus produtos, nomeadamente trajes de frio, objectos de adorno, entre outros.

O gerente do restaurante, lanchonete e pastelaria Sarifo’s Net Café, Paulo Mulewa, contou que houve, desde o primeiro dia do festival, alguma mudança na receita da casa. Salientou que, apesar de o seu estabelecimento não ter sido incluso para servir os Jogos Escolares, ficou preparado para atender a várias eventualidades e opções dos participantes no evento, tendo em conta que nem todos ficariam satisfeitos com as refeições servidas pela organização.

“Posso confirmar que a percentagem de rendimento que passámos a ganhar com os Jogos subiu 10 a 15 por cento relativamente ao que conseguíamos antes. Tivemos muitas pessoas a passar almoços aqui” , elucidou, ressalvando que a loja de que é gerente, apesar de ter não sido contemplada para servir o festival, ficou igualmente a ganhar como tantos outros estabelecimentos comerciais.

O proprietário da lanchonete junto ao Pavilhão de Lichinga, Luciano Alves, realçou que o seu negócio tornou-se igualmente mais rentável com o movimento provocado pelo festival e que os Jogos trouxeram um valor positivo para a cidade no geral. “Chegámos a sentir que não estamos a trabalhar. Mas, apesar de poucos dias, sentimos algo diferente com este festival. Gostaríamos que mais eventos tivessem lugar aqui em Lichinga ou noutro lugar da província para que ela possa desenvolver. Consegui, em termos de receita por dia, 100 por cento daquilo conseguia antes do festival. Antes fazia 1500 meticais por dia, mas com os Jogos conseguia fazer três a quatro mil.

Contudo, quem fez o melhor aproveitamento do festival em termos de negócio e que facturou a valer foi o Hotel 2+1, que se instalou em Lichinga em princípios do ano, tendo transferido parte do seu pessoal da Beira, onde está sediado, para atender a demanda dos Jogos. Foi a si que foi atribuída a responsabilidade de servir as refeições (almoços) aos perto de 1500 atletas e seus acompanhantes que estiveram envolvidos no evento.

Os transportadores privados também tiraram maior proveito do festival, sendo que a maior parte dos autocarros que levavam os atletas dos centros de acolhimento até aos campos de jogos e vice-versa foram a eles alugada. Dados em nosso poder dão conta que cada transportador facturava por dia entre cinco a oito mil meticais.

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