terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Após 17 anos de jejum: Loucura carioca pelo título brasileiro do “Fla”



A cidade do Rio de Janeiro celebrou, domingo, o título de campeão brasileiro de futebol do Flamengo, após 17 anos de jejum, enquanto em Curitiba se viveu um clima de violência, que provocou pelo menos 17 feridos.

Fosse no estádio - 85 000 adeptos encheram o Maracanã e aplaudiram efusivamente a volta olímpica dos jogadores do Flamengo -, ou nas ruas, os adeptos do “Fla” festejaram uma vitória que escapava à equipa “rubro-negra” desde 1992, numa celebração a que se juntaram também os adeptos do Botafogo e do Fluminense, duas outras equipas da cidade e que só no fim do campeonato garantiram a permanência na principal categoria do futebol brasileiro.

Até os adeptos do Vasco da Gama, que há algumas semanas se sagrou campeão da segunda divisão e assim retornou à elite do futebol brasileiro, se uniram aos festejos, que congregaram simpatizantes das quatro principais equipas cariocas.

Já noite avançada verificaram-se incidentes entre adeptos do Flamengo que celebravam a vitória no bairro carioca do Leblon, mas sem ocorrência de feridos ou detenções.

Em Curitiba, adeptos locais invadiram o campo do Estádio Couto Pereira e destruíram tudo o que conseguiram depois de terminado o jogo entre a equipa local, o Curitiba, e o Fluminense, que terminou empatado 1-1, resultado que ditou a descida de divisão dos anfitriões.

Os árbitros foram agredidos e um polícia foi atingido por um objecto lançado das bancadas e retirado do estádio inconsciente por um helicóptero das forças de segurança que aterrou no relvado.

A polícia teve de ser reforçada com mais efectivos e foi obrigada a disparar balas de borracha para dispersar os adeptos enfurecidos do Curitiba, que arrancaram cadeiras para as arremessar contra os agentes e converteram o estádio num campo de batalha, tendo os distúrbios prosseguido depois pelas ruas da cidade.

No total, registaram-se pelo menos 17 feridos, três dos quais polícias.

A comitiva do Fluminense e os dirigentes da equipa local abandonaram o estádio com dificuldade e sob forte escolta policial.
O director de futebol do Curitiba, João Carlos Vialle, manifestou-se convencido de que o clube “será duramente punido pelo que aconteceu” e acrescentou que “lamenta muito os actos de vandalismo”.

Na cidade portuária de Santos houve confrontos entre claques organizadas e a polícia que impedia o seu acesso ao Estádio Vila Belmiro, onde a equipa local foi derrotada por 2-1 pelo Cruzeiro.

Por seu turno, os adeptos do São Paulo tiveram de se conformar com o terceiro lugar no campeonato, pelo que a central avenida Paulista, que foi palco das celebrações da vitória nos últimos três anos, esteve domingo vazia.

No último dia do campeonato brasileiro havia ainda quatro equipas com possibilidade de serem campeãs - Flamengo, Internacional, Palmeiras e São Paulo - o que sucedeu pela primeira vez desde 2003, ano em que passou a vigorar o sistema de pontos corridos, sem partidas eliminatórias e finais.

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