O PROGRAMA competitivo de preparação dos Mambas, tendo em vista a campanha para CAN e Mundial de 2010, acaba de sofrer um revés.
Segundo nos revelou uma fonte da FMF, a desarmonia no seio da selecção zimbabweana tem a ver com questões financeiras. É que, depois do regresso da Malásia, onde a equipa efectuou uma série de jogos, os atletas exigiram compensações monetárias que aparentemente teriam sido pagas pelos malaios. O facto gerou muita celeuma, com os jogadores inamovíveis nas suas pretensões e a federação também se mostrando irredutível na sua posição de não pagar nenhum “cachet”, alegando não existir. Face a este braço-de-ferro, a decisão acabou tendo repercussões para nós, pois ficou cancelada a vinda para o jogo particular com os Mambas.
A desistência do Zimbabwe está já a criar dores de cabeça à nossa federação, pois os seus planos de conferir uma componente competitiva na preparação da selecção ficaram baralhados, sendo necessário, doravante, montar um novo cenário, para o mesmo 12 de Agosto ou para uma outra data. Namíbia é uma forte hipótese, até porque já havia sido contactada na mesma altura em que se equacionou o Zimbabwe. Malawi, a nova alternativa, embora se mostre favorável ao convite, prefere que sejam os Mambas a jogar lá, sustentando que já esteve cá em duas ocasiões para encontros amigáveis.
Entretanto, enquanto os dirigentes federativos se desdobram em contactos para achar um adversário para a selecção, esta realizou, ontem à tarde, no campo do Costa do Sol, mais uma sessão semanal, sob condução de Miguel Chau, uma vez que Mart Nooij se encontra em Portugal, integrado na comitiva que tomou parte nos Jogos da Lusofonia. A sessão consistiu numa partida contra os “Mambinhas” Sub-23, que também se preparam para um torneio no Brasil, em Setembro.
Tratou-se de um encontro essencialmente moderado, mas nalgumas vezes puxado, até porque o técnico Miguel Chau exigia dos atletas mais aplicação. A espaços, interrompia o desenrolar do jogo para corrigir determinados lances, tendo como pano de fundo cimentar o entrosamento no seio do conjunto. Para o público, as jogadas de maior relevância não escapavam aos aplausos, facto que também motivava os próprios jogadores.Do lado da turma principal, presentes estiveram os guarda-redes Lamá e Antoninho, os defesas Campira, Fanuel, Tony, Whisky, Faife e Mambo; os intermediários Maurício, Danito Parruque, Momed Hagy, Carlitos, Alvarito e Nelinho; e os avançados Josimar, Ruben, Jerry e Luís. Nos Sub-23, destaque para o guarda-redes Binó, assim como para Mexer, Mustafá, Sonito e Nelsinho.
JERRY: GOLOS NO HORIZONTE
Depois da súplica popular, Mart Nooij, desta vez, não fez ouvidos de mercador e decidiu mesmo convocar para os Mambas o actual abono de família do Ferroviário, o jovem atacante Jerry. Naturalmente satisfeito pelo reconhecimento, afirma-se devidamente integrado na equipa, até porque, segundo sustenta, para além dos seus colegas nos campeões nacionais encontrou um ambiente saudável e que lhe ajuda a sentir-se em casa, parafraseando-o.“Golos? Bom, isso é o que vamos ver. Sei e reconheço que a minha chamada para a selecção tem muito a ver com os golos que venho marcando pelo Ferroviário, daí a expectativa que se cria em meu redor. Caso seja chamado a jogar, outra coisa não farei senão de facto marcar golos. Essa é a verdadeira função de um ponta-de-lança e eu, nesse aspecto, tenho sido feliz”.
Alexandre Zandamela
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