TIRAR vantagens desportivas e económicas com a realização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2010, na vizinha África do Sul, começa a ser uma realidade para o nosso país.
A efectivação deste desafio acontece a pedido dos próprios coreanos, que no seu plano de rodagem da equipa pretendem não somente apetrechá-la de jogos como também colocá-la em países onde os atletas possam ir-se adaptando às condições climatéricas que encontrarão na África do Sul, no ano que vem.
Aliás, Moçambique parece ser o destino ideal para as duas Coreias, coincidentemente, ambas qualificadas para o Mundial de 2010 pelo continente asiático. É que também a Coreia do Sul (República da Coreia) está em negociações com as nossas autoridades desportivas com vista a escalar Maputo para um estágio, antes de a sua selecção fixar residência na África do Sul.
O apuramento da Coreia do Norte para o Mundial foi motivo de uma festa sem paralelo naquele país asiático. A braços com uma gravíssima crise económica e também alvo de sanções internacionais, os coreanos vão sobrevivendo milagrosamente, pelo que a presença na África do Sul e perante a montra planetária, mercê de uma selecção em que o voluntarismo é um facto inegável, contribuirá sobremaneira na melhoria da imagem do país aos olhos do mundo.
Até porque, como já ficou provado em várias ocasiões, se, politicamente, os Estados não se entendem e vêem na guerra um meio de relacionamento, de forma negativa, claro, o desporto tem sido um grande factor apaziguador, unindo países e povos desavindos. Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, atletas das duas Coreias (Norte e Sul) já desfilaram juntos, lado a lado, como sinal de união entre si. O Irão e o Iraque, grandes amigos de uns mas também grandes inimigos de outros, nomeadamente dos ocidentais, fizeram ouvir a sua voz nos Campeonatos Mundiais de Futebol.
Na África do Sul, será assim com a Coreia do Norte, que regressa ao Mundial 44 anos depois. Em 1966, na Inglaterra, os coreanos tiveram uma história de certa forma ligada a Moçambique, através de Eusébio, Coluna e Hilário, ao serviço da selecção portuguesa.Estiveram a vencer tranquilamente até ao intervalo por três bolas sem resposta, mas, na segunda parte, quando o Pantera Negra decidiu entrar em acção, fê-lo de forma demolidora, proporcionando à turma lusitana uma vitória por 5-3, ante a incredulidade dos asiáticos e do mundo inteiro, perante tamanha reviravolta.
Apesar de hoje não possuir uma representação diplomática em Maputo, a República Popular e Democrática da Coreia possui óptimas relações de amizade connosco. Guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) foram treinados naquele país asiático, no quadro da luta contra o colonialismo português.
O desafio entre Moçambique e Coreia do Norte acontecerá num mês de Novembro de grandes decisões para o nosso futebol, no Estádio da Machava. No dia 8, no epílogo do Moçambola-2009, teremos o Ferroviário-Costa do Sol que nos dará a conhecer o novo campeão nacional. A 15, o sensacionalmente aguardado encontro entre os “Mambas” e a Tunísia, da derradeira jornada do Grupo “B” de qualificação para CAN e Mundial de 2010, findo o qual saberemos, definitivamente, se vamos a Angola ou não. No dia 22, a grande final da Taça de Moçambique, envolvendo Ferroviário e Costa do Sol, fechando o mês, a 29, com o Moçambique-Coreia.
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