Acusa o brasileiro Paulo Camargo
RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS MINOU MEU TRABALHO
Na entrevista que nos concedeu em exclusivo, numa das casas de pasto da cidade de Maputo, Camargo nunca chegou a manifestar rancor para com o clube que o despediu. Contudo, não teve receio em afirmar que a sua saída foi precipitada pela combinação de diversos factores, dos quais, o medo de mudanças. “Quando a gente chega a um novo clube traz uma nova mentalidade e uma nova metodologia de trabalho.No Ferroviário, tentámos incutir essa forma de estar, mas nem todos assimilaram o que nós trazíamos”, referiu o técnico para, depois, acrescentar que “houve alguns sectores do clube, sobretudo os jogadores mais velhos, que resistiram e posso dar-lhe o exemplo do trabalho de ginásio. Nós entendemos que o jogador moçambicano, que é bem dotado tecnicamente, necessita de muito trabalho de apuro físico. Tentámos fazer isso e houve beneficiados”, disse.
Camargo referia-se não aos resultados desportivos, mas, sim, à saúde física e clínica do plantel, já que fora o troféu da Super Taça ganho no início do ano, bem como a passagem para a fase zonal sul da Taça de Moçambique, em tudo o resto (Moçambola e afrotaças) não colheu louros. “Veja bem, nós não tivemos, enquanto eu estive no Ferroviário, jogadores com problemas musculares”, afirmou.
“CHIQUINHO CONDE NUNCA ME ENSOMBROU”
Apresença de Chiquinho Conde no clube, ainda que nos escalões de formação, nunca chegou a constituir motivo de preocupação para o professor Paulo Camargo, tal como o próprio assegurou ao nosso jornal. “Nunca cheguei a ver o Chiquinho Conde como uma sombra ou mesmo notar alguma interferência no meu trabalho. É verdade, sim, que, ao longo deste tempo, trocámos muitas impressões sobre o trabalho”, assegurou.
Chiquinho Conde, lembre-se, é apontado como o sucessor do brasileiro. Apropósito, Paulo Camargo disse apenas que “demo-nos muito bem durante os seis meses em que privámos. Desejo sorte a ele e ao Ferroviário”. Contratado no último defeso à Liga Muçulmana de Maputo para ocupar o lugar deixado vago por Mussá Osman, Paulo Camargo deixa o Ferroviário de Maputo na 3ª posição no Moçambola, com 23 dos 39 pontos possíveis, ao cabo da primeira volta.
Enquanto Chiquinho Conde não assume em definitivo o comando da equipa, os adjuntos Carlos Manuel e Manuel Valói vão mantendo a “locomotiva” sobre os carris, como, aliás, aconteceu na sessão de treinos de ontem
Isac Naiene
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