CLUBES, dirigentes, atletas e amantes do futebol e do desporto nampulense em geral estão a subscrever um abaixo-assinado dirigido ao presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Castro Sanfis Namuaca, repudiando algumas informações postas a circular, embora não oficialmente, da pretensão de este executivo de vender o Estádio 25 de Setembro, a catedral desportiva da região norte do país.
O referido abaixo-assinado, que foi recentemente apresentado na Assembleia-Geral Ordinária da Associação Provincial de Futebol, os desportistas dirigentes consideram uma autêntica insensatez do Conselho Municipal pôr em prática a aludida venda daquele património que, por sinal, as suas instalações, acolhem as direcções provinciais de futebol, basquetebol, atletismo, natação, infantil juvenis e as comissões dos árbitros de futebol e de andebol, para além do campo de futebol.
Para além daquelas instituições, segundo se pode ler no abaixo-assinado que já colheu consenso e aclamação de muitos desportistas ao menos na cidade de Nampula, onde já colheu 300 assinaturas, já foi enviado a Nacala-Porto, Angoche, Monapo, Ilha de Moçambique e Ribaué, regiões, que movimentam a modalidade rainha, o futebol.
Ademais, os subscritores vão mais longe ao afirmarem que aquele recinto não só acolhe algumas actividades desportivas, também transporta uma componente histórica, pois para além de ter sido inaugurado no dia em que Nampula foi elevado à categoria de cidade, a 22 de Agosto de 1956, acolheu as cerimónias solenes da proclamação da Independência Nacional a 25 de Junho de 1975.
O receio dos desportistas nampulenses, caso se concretize a venda daquele património público, reside no facto de há alguns anos estarem a escassear campos para a prática desportiva, existindo actualmente na chamada capital do norte apenas três campos, nomeadamente, o 25 de Junho, propriedade do Ferroviário de Nampula, o 25 de Setembro e do Benfica de Nampula, com o agravante de o município não mostrar capacidade de ter uma alternativa a curto prazo para construir um outro campo.
Entretanto, o presidente do Conselho Municipal, Castro Namuaca, justifica essa pretensão de venda daquela sala de visita do desporto nampulense pelo facto de nos primeiros três anos do seu mandato terem sido realizados estudos para a manutenção que se mostraram ineficazes, de modo que as últimas avaliações técnicas indicavam a necessidade de um investimento na ordem de 24 milhões de meticais, ou seja um milhão de dólares.
“As considerações técnicas e a opinião tecnológica mostraram-nos que com este valor é possível construir um estádio novo, relvado e iluminado e com maior capacidade que o actual, que comporta 10 mil espectadores. Nós evitamos decidir sobre este assunto, optando por levar a matéria à sociedade civil, desportistas e outros intervenientes no processo desportivo. As opiniões divergem, alguns dizem sim outros não, mas importa referir que o Estádio 25 de Setembro está numa bacia hidrográfica, onde nasce o rio Muahala e as condutas que foram feitas não tiveram em conta as várias nascentes”, justificou-se Castro Namuaca.
LUÍS NORBERTO
1 comentário:
De facto trata-se de um estádio histórico. Eu, muitas vezes joguei lá, e lá assisti à independência de Moçambique.
Como é referido, para sua recuperação serão necessários 1 milhão de dólarese que com essa importância daria para construir um novo estádio... bem porque não canalizar esse dinheiro para reabilitar um local histórico, como o 25 de setembro e relvá-lo com relva sintética, tendo em conta as preocupações ambientais?
Aliás,... o relvado sintético será o futuro, pois a sua manutenção é escassa e não necessita de água para manutenção.
... ou será que existe algum interesse imobiliário adjacente a esta questão?
... um caso que dá para pensar, e agir! O tempo passa e o milhão de hoje, num futuro próximo pode ser insuficiente.
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