SIMPLESMENTE incaracterístico! Os adeptos do Ferroviário de Nacala, independentemente do rendimento da sua equipa, gritam e pulam do primeiro ao último minuto.
O Costa do Sol vinha para ganhar. Não se duvida. Mas que esperava dificuldades, também ninguém pode duvidar. Jogar fora de casa é sempre mais difícil. Foi assim que os “canarinhos” entraram a surpreender o adversário pressionando a todo o reduto ante um Ferroviário de Nacala disposto, como sempre, a não dar facilidades.
Em apenas 10 minutos de jogo, os visitantes já haviam gizado mais de quatro ou cinco vezes com perigo a baliza contrária. Contudo, aos poucos, o Ferroviário foi subindo de produção e não só se defendia bem como também se aventurava ao ataque.
Com vinte minutos jogados, o equilíbrio veio à tona e infelizmente o carácter emotivo e de bons momentos de futebol foi se desmoronando. Apenas as centenas de adeptos do Ferroviário de Nacala que “galgaram” mais de 200 quilómetros, faziam a diferença e “acordavam” não só o resto do público mas também os jogadores dentro das quatro linhas. Mesmo em jogadas sem grande primor técnico ou emotivo gritavam e pulavam nas bancadas. Afinal o espectáculo se transferiu para as bancadas...
O Costa do Sol, chegou a deixar-se levar pelo jogo do adversário e mesmo desbobinando um bom futebol não conseguia sacudir o equilíbrio, pois os pupilos de Ozias para além de arrumar correctamente a defensiva, partiam, não poucas vezes em contra-ataques perigosos.
Contra todas previsões, uma saída em falso de Milton, acompanhada de marcação defeituosa dos seus defensores, permitiu que Muarufo, muito lesto inaugurasse o marcador com um lindo chapéu, quando eram jogados cerca de 38 minutos.
Sem baixar os braços, depois de orientações claras de Ozias ao longo do intervalo, o Ferroviário, sem nada a perder, entrou a atacar à procura do empate. Foi puxando a bola para frente sempre que possível e chegou a surpreender o adversário e ao público com jogadas que quase deram em golo.
Mas o estofo dos donos da casa foi se esgotando mesmo com o “empurrão” do barulho do seu publico. O Ferroviário chegou mesmo a estar perto da igualdade, mas foi o Costa do Sol quem, numa jogada de bola parada, chegou ao 2-0. João Mazive, num livre directo, aproveitou a má arrumação da barreira contrária e atirou a contar.
Com o 2-0, os “canarinhos” sentiram-se a vontade e começaram a passear a sua classe com um futebol rendilhado que apenas punha o adversário mais nervoso à procura da bola para “rachar” em vez de construir...
Estava feita a história da partida. O Costa do Sol dilatou para 3-0 e o Ferroviário assumiu...
Arbitragem aceitável para uma partida fácil de dirigir.
FICHA TÉCNICA
Árbitro: Abdul Gani, auxiliado por Adão Chitache e Eduardo Gatoma. Quarto árbitro: Sebastião Tiago
FER. NACALA - Milton; Ramadan, Magido, Chivambo e Matias; Telindo, Pondo, Coutinho e Pintado (Wazir); Djão e Ivan (Mambo).
COSTA DO SOL - Antoninho; João, Kito, Jonas e Dito; Silvério (Sanito), Ruben, Josimar (Alvarito) e Mambo; Marufo (Elfídio) e Tó.
CARLOS COELHO
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