DECIDIDAMENTE, a equipa do Ferroviário de Nampula ainda precisa de um trabalho sério para que recupere a sua real dimensão no presente Moçambola, não por imaturidade dos seus jogadores, mas sim, e sobretudo, no capítulo referente à frieza e calma necessárias na hora do remate, que parece fazerem muita falta.
Contudo, os visitados, que entraram a pressionar, foram os que procuraram desde o primeiro apito do árbitro o golo, tendo aos 11 minutos, depois de uma brilhante jogada individual de Samuel, este, ter perdido a melhor oportunidade de inaugurar o marcador, rematando ao lado da baliza contrária. Aliás, estes esbarraram sempre com a sólida defensiva dos “militares” que também iam respondendo com convicção e determinação às rapidíssimas incursões dos seus opositores.
Cientes da importância da vitória neste jogo que mereceu destaque da imprensa durante a semana, o Matchedje também usufruiu de algumas oportunidades de marcar golo, tal como aquela que aconteceu aos 40 minutos, em que Chana, mesmo encontrando-se melhor posicionado, perdeu tempo para “empurrar” a bola para a baliza defendida por Zacarias.
Com o passar do tempo, as duas equipas continuaram a crescer no relevado do Estádio 25 de Junho, com destaque para o Ferroviário, que esteve mais vezes próximo do golo. O intervalo chegou com as equipas empatadas a zero e com algum sabor de injustiça para os donos da casa.
Na segunda parte, os locais continuaram a exercer algum domínio e a ter mais iniciativas de ataque em relação aos forasteiros, só que numa altura em que se esperava que isso fosse traduzido em golos, acabaria por ser a equipa do Matchedje a inaugurar o marcador, por intermédio de João, aos 65 minutos, que, diga-se de passagem, foi um frango à “traição” da defensiva do Ferroviário.
Em posição de vantagem, os comandados por Nacir Armando, ao invés de partirem à procura de golo de tranquilidade, passaram a gerir o resultado, tentando mantê-lo até ao fim do jogo, o que foi fatal, pois, após brilhante jogada de combinação dos avançados locais, Leonel empataria o jogo, aos 92 minutos, repondo assim a justiça no marcador que há muito já deveria ter acontecido, em função do domínio exercido pelos “locomotivas” ao Matchedje.
Se bem que num jogo pouco disputado tecnicamente, como este, o resultado seria o empate, mas os visitados podem queixar-se de si próprios, já que foram os que mais oportunidades tiveram, mas que nunca souberam aproveitá-los, por falta de concentração, frieza e calma necessárias na hora da verdade.
FICHA TÉCNICA:
ÁRBITRO: Estêvão Matsinhe, auxiliado por Amisse Juma e Daniel João
FER. DE NAMPULA: Zacarias, Paíto (Hipo), Matofa, Duda, Joaquim, Nando, Samuel (Fedo), Zé (Amisse), Elídio, Leonel e Rafael.
MATCHEDJE Victor, Caló, Casimiro, Cufa, Vasco, João, Silva, Jacinto, Vieira (Edmundo), Chana (Patrício) e Lewis (Rogério).
ACÇÃO DISCIPLINAR:
Amarelos para Jacinto e Edmundo, do Matchedje, Zé e Hipo, do Ferroviário de Nampula.
Mouzinho de Albuquerque
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