A assembleia-geral do último sábado vai constar da história do clube pela sua durabilidade e pela forma frontal como os assuntos do clube foram tratados, numa autêntica lavagem de roupa suja, como se costuma dizer em gíria desportiva. O encontro começou por voltas das 9.00 horas e só terminou à noite (19.30 horas), quando “todo mundo” já estava estafado.
Apesar de a assembleia-geral ter decorrido à porta fechada, como virou moda nos últimos anos, a nossa Reportagem, posicionada no terreno, foi recolhendo o sentimento de alguns sócios que iam saindo da sala e pelos discursos notava-se que as coisas lá dentro aqueciam a 100 graus centímetros.
Os sócios com quem a nossa Reportagem manteve contacto disseram-nos que o Relatório de Contas, em discussão, tinha muitas lacunas. Havia valores que não tinham sido justificados convenientemente, pelo que a assembleia acabou chumbando este documento, recomendando, por seu turno, à direcção a sua melhoria para que seja submetido aos próximos encontros. Aliás, os sócios recomendaram a Rafindine Mahomed e seu elenco para que encontrem justificativos para casos omissos.
Perante esta situação, viu-se que o encontro seria bastante duro, numa altura em que já se tinha avançado para uma lista única e de consenso, na qual o ex-PCA dos Aeroportos de Moçambique, José Cossa, assumiria a presidência, e Rafindine Mahomed o cargo de presidente-adjunto, posto que estava condicionado à alteração dos estatutos, numa clara intenção de salvaguardar aquilo que se denominou os interesses do clube.
A verdade, porém, é que a assembleia-geral não aprovou a alteração dos estatutos para acomodar esses interesses. Sendo assim, a lista única e de consenso deixou de existir e partiu-se para uma nova realidade: cada um por si, Deus por todos. Isto significa que José Cossa avança sozinho para a candidatura, o mesmo acontecendo com Rafindine Mahomed.
Só que este último, por se aperceber que já não merece a confiança de alguns sócios preponderantes no clube, acabou por anunciar aos órgãos de comunicação social a sua demissão do cargo, acto que deverá formalizar, caso não mude de ideias, dentro de poucos dias, uma vez que as listas de candidatura para as eleições deverão dar entrada na sede da colectividade até ao dia 18.
VENDA DE INFRA-ESTRUTURAS PODERÁ CONHECER UM REVÉSA propalada venda de infra-estruturas do Maxaquene (campo do futebol) ao Grupo AFRICOM poderá conhecer um revés, segundo soube a nossa Reportagem de alguns sócios dos “tricolores” que participaram dos debates do último sábado.
Alguns sócios entendem que os seus interesses não estão salvaguardados no contrato-promessa da venda de tais infra-estruturas, pelo que a assembleia-geral decidiu constituir uma comissão de três pessoas para verificar se os passos recomendados pelos sócios para assinatura do contrato-promessa foram salvaguardados.
Esta Comissão deverá, no dia 23, antes do acto eleitoral, dar um informe aos sócios sobre o que terá constatado no contrato-promessa.
Trata-se de um assunto que ainda vai dar muito que falar dada a forma como as transacções foram feitas. Aliás, alguns sócios já falam de manipulação do contrato e desconfiam que o actual presidente do Maxaquene faça parte do grupo que “adquiriu” as infra-estruturas” da colectividade.
Entretanto, ainda na assembleia-geral de sábado foi lido um documento do Conselho Municipal sobre os terrenos concedidos ao Maxaquene, o qual faz menção de que os mesmos foram cedidos exclusivamente para fins desportivos.
Como forma de melhor perceber tais documentos, os “tricolores” constituíram uma comissão de juristas para enquadrá-los à nova realidade do país.
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