NUMA temporada que pode ser de viragem competitiva na nossa bola-ao-cesto, partindo da teórica premissa que nos é revelada pelos Campeonatos da Cidade de Maputo, duas grandes provas internacionais vêm encaixar-se perfeitamente naquilo que são os desígnios das nossas selecções de seniores:
Cumprindo a sua segunda edição entre os dias 11 e 19 de Julho, na capital portuguesa, Lisboa, depois da estreia há quatro anos, em Macau, os Jogos da Lusofonia foram concebidos pela Associação dos Comités Olímpicos de Língua Portuguesa (ACOLOP), tendo como objectivo dinamizar a competição desportiva entre os países membros, dentro do espírito olímpico. Aliás, mesmo as modalidades escolhidas fazem parte do quadro olímpico, daí se achar este evento como uma oportunidade de os atletas participantes “beberem” um pouco dos ideais de Pierre de Coubertin.
Em Macau, o nosso país esteve em destaque, ao arrebatar medalhas de ouro no basquetebol feminino e no atletismo, através de Leonor Piúza, nos 800 metros, e de Kurt Couto, nos 400 barreiras.Aliás, tendo em conta estes êxitos, o Comité Olímpico de Moçambique decidiu voltar a investir nestas modalidades, sem no entanto olvidar as outras que também figuram no pacote. Para Lisboa, a novidade será a presença do básquete masculino, que se confrontará com Angola, Brasil, Cabo Verde e Portugal, selecções que também têm compromissos de vulto imediatamente a seguir aos Jogos da Lusofonia.
A selecção feminina, treinada por Nazir Salé (Nelito), bicampeão africano de clubes pelo Desportivo, estará em Lisboa como favorita à reconquista do título, o que, a acontecer, seria bom augúrio para os objectivos que pretende atingir no Afrobásquete de Madagáscar, a acontecer de 5 a 15 de Setembro. A despeito da sua magnífica performance, Moçambique nunca conquistou um campeonato africano, detendo apenas uma medalha de ouro nos Jogos Africanos, facto que aconteceu em 1991, no Cairo.
Tendo em perspectiva estas duas competições, a selecção começou a treinar na segunda-feira, realizando-se, por enquanto, duas sessões semanais – às segundas e terças-feiras. A partir de 22 de Junho, de acordo com o programa elaborado pela equipa técnica, que para além de Nazir Salé engloba Simão Mataveia e Bernardo Matsinhe, a equipa passará a efectuar bidiários.
Vinte e quatro atletas foram chamadas a integrar a pré-convocatória, numa lista que efectivamente comporta a fina-flor da modalidade em seniores femininos. Os maiores destaques vão para a itinerante Clarisse Machanguana, ora a actuar na Itália, uma poste cuja experiência internacional é inquestionável e que seguramente fará a necessária diferença quando a equipa for chamada ao “teatro das operações”. Mas também vieram, do estrangeiro, Deolinda Ngulela, Vaneza Júnior, Ilda Chambe, Nádia do Rosário, dos Estados Unidos, e Nica Gemo, de Portugal
SUPERAR O 8º LUGAR
Presente no Afrobásquete da Líbia por mérito próprio, depois de ter superado a África do Sul no apuramento zonal, realizado em Abril passado, em Maputo, a selecção masculina, fora das conjecturas face aos lugares cimeiros, procurará superar a oitava posição conseguida na edição transacta, há dois anos, em Angola.Nessa altura, à semelhança do que havia sucedido em relação ao Argélia-2005, a turma moçambicana tinha marcado presença na prova continental na condição de convidada.
O treinador Carlos Alberto Niquice (Bitcho) e os seus pares Francisco da Conceição e Carlos Ferro estão conscientes da enorme responsabilidade que recai sobre si para a prossecução deste desiderato, isto é, ultrapassar a barreira do oitavo lugar.
Estar nos Jogos da Lusofonia, ao lado de Angola, campeã africana em título, de Cabo Verde, surpreendentemente medalha de bronze há dois anos, do Brasil e de Portugal, que também têm provas importantes a seguir a Lisboa, será muitíssimo bom para a equipa testar a sua capacidade competitiva e de reacção às adversidades, a menos de um mês do Afrobásquete, tendo em conta que este decorrerá de 5 a 15 de Agosto.
Aliás, se tudo correr dentro do previsto, isto é, as diligências em curso levadas a cabo pelo Ministério da Juventude e Desportos, Comité Olímpico de Moçambique e Federação Moçambicana de Basquetebol, é provável que, depois dos Jogos da Lusofonia, a selecção continue por terras portuguesas para um estágio de cerca de duas semanas, rumando de lá para Líbia.
A preparação da equipa já está em curso, desde terça-feira, com um total de 18 jogadores, quatro dos quais a evoluir fora de portas: Cesário Chipepo, Amarildo Matos, Mauro Matai, Estados Unidos da América, e Samir Adam, na Espanha.
OS ELEITOS DE BITCHO E NELITODEZOITO basquetebolistas estão à disposição de Carlos Alberto Niquice (Bitcho), treinador da selecção masculina, que se encontra a trabalhar desde terça-feira. A lista dos referidos jogadores é a seguinte:
Ferroviário de Maputo – Gerson Novela, Jerónimo Bispo e Octávio Magoliço
Ferroviário da Beira – André Velasco
Desportivo – Pio Matos Júnior, David Canivete Júnior, Sete Muianga, Custódio Muchate e Ivan Macome
Costa do Sol – Elton Mazive e Luís de Barros
Maxaquene – Siade Cossa, Stélio Nuaila e Fernando Mandlate
Estados Unidos – Cesário Chipepo, Amarildo Matos e Mauro Matai
Espanha – Samir Adam.
Em relação aos femininos, Nazir Salé (Nelito) convocou as seguintes 24 atletas:
Desportivo – Anabela Cossa, Valerdina Manhonga, Cátia Halar, Odélia Mafanela, Nádia Rodrigues, Ondina Nhampossa, Leia Dongue e Filomena Micato
A Politécnica – Amélia Micato, Aleia Rachide, Tânia Wachene, Ana Flávia Azinheira e Cecília Maurício
Ferroviário – Rute Muianga, Zinóbia Machanguana, Nádia Zucule e Deolinda Gimo
Maxaquene – Esmeralda Casimiro
Itália – Clarisse Machanguana
Estados Unidos – Vaneza Júnior, Deolinda Ngulela, Ilda Chambe e Nádia do Rosário
Portugal – Nica Gemo
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