O GIGANTESCO movimento em torno dos Jogos Africanos de Maputo-2011 começará a fazer sentir-se dentro dos próximos dias, quando o Governo lançar, publicamente, a campanha em relação à esta 10ª edição da Olimpíada continental.
A amplitude dos Jogos Africanos é algo de inimaginável, pelo menos dentro daquilo que Moçambique já acolheu, tanto na arena desportiva como na social, económica, política e cultural.
A sua realização implica o movimento da sociedade como um todo, jovens, empresários, políticos, músicos, artistas e desportistas. Nos últimos anos a média de países participantes tem sido de 52, num mosaico de mais de 20 modalidades desportivas interpretadas por cerca de cinco mil atletas, aos quais se juntam dirigentes dos mais variados níveis, treinadores, jornalistas, turistas, entre outros, que durante três semanas vivem, competem e convivem entre si.
Os Jogos Africanos de 2011 haviam sido, inicialmente, atribuídos à Zâmbia. Todavia, invocando razões de natureza económica, o Governo deste país comunicou ao Conselho Superior do Desporto de África (SCSA) a sua desistência, abrindo-se assim uma embaraçosa brecha, tendo em conta o pouco tempo disponível para a organização de um evento desta magnitude.
Com o apoio expresso dos países da região, sobretudo África do Sul e Angola, que jogaram um papel extremamente importante nos corredores desportivos continentais, a 10 de Abril passado Moçambique foi oficialmente declarado sede deste grandioso certame.
O nosso país, preparado para grandes desafios - fomos candidatos ao CAN-2010 - vislumbrou uma oportunidade única de marcar um passo importante na História de organização de eventos de grande envergadura, neste caso particular eventos desportivos.
O Governo considerou, em vez de uma ameaça, um desafio e uma excelente oportunidade de colocar Moçambique no mapa dos países que organizam provas de grandes dimensões, até porque existem exemplos dos campeonatos africanos de basquetebol, cujo sucesso é perpetuamente referenciado pelos organismos continentais da bola-ao-cesto, e não só.
MAIS DE 20 MODALIDADES
Realizando-se quadrienalmente, os Jogos Africanos acontecem sob a égide do Conselho Superior do Desporto de África e mediante o reconhecimento oficial do Comité Olímpico Internacional. A ideia da sua concepção data de 1920 e foi impulsionada com o objectivo de contribuir para a promoção do espírito olímpico no seio dos atletas africanos.
Segundo proposta avançada pelo Ministério da Juventude e Desportos, os Jogos Africanos de Maputo-2011 deverão decorrer de 3 a 18 de Setembro, contemplando as seguintes modalidades, entre as praticadas e as não praticadas entre nós: andebol, atletismo, badminton, basquetebol, boxe, ciclismo, futebol, hipismo, judo, karate, natação, taekwondo, ténis, ténis de mesa, vela, voleibol (indoor e de praia), xadrez, remo, triatlo, tiro de competição, ginástica e desporto para pessoa portadora de deficiência (natação amputados, atletismo amputados, atletismo invisual e Atletismo semi-invisual).
Em relação às infra-estruturas, que é o maior busílis da questão e o principal receio de algumas pessoas, para além do Estádio Nacional, que nessa altura já estará operacional e convertido em centro das atenções, dado que aglutinará o atletismo e o futebol, o Governo, neste curto espaço de tempo, deverá desencadear um amplo movimento de reabilitação e modernização do actual parque desportivo, por um lado, de forma a responder à demanda, e, por outro, a adequá-lo aos padrões internacionais.
Uma missão do SCSA deverá dentro em breve visitar o nosso país com a finalidade de efectuar a primeira inspecção daquilo que Moçambique, ou neste caso Maputo, oferece para acolher – e com sucesso – os Jogos Africanos de 2011.
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