NÃO é imperativo que haja golos para se catalogar uma partida de futebol de espectacular. Evidentemente que se se poder aliar as duas situações (golos e futebol-espectáculo) melhor ainda e os espectadores saem do campo com razões para voltar mais vezes ao futebol.
Foi realmente ruim o que Atlético Muçulmano e Matchedje produziram, pois, a despeito de terem criado algumas (pouquíssimas) oportunidades de visar a baliza, o certo é que foram de uma ingenuidade arreliadora.
O facto de somarem o mesmo número de pontos na tabela classificativa podia ser uma motivação bastante forte para um despique condimentado com todos os ingredientes necessários nestas situações.
Porém, nada disso aconteceu. Os espectadores presentes no ex-campo do Maxaquene foram soluçando face a uma partida insípida e sem acções de vulto de parte a parte. Complicativos, a cada minuto, os jogadores de ambos os times iam revelando uma gritante falta de objectividade para a desejada vitória, daí que os guarda-redes Samito e Victor tinham uma tarde praticamente de descanso, dado que, mesmo solicitados a intervir, era sem perigo para os seus postes.
No ataque “militar”, o egoísmo de Chana deitava tudo a perder. Adicionalmente, o habitual e incisivo apoio de Jacinto e João era inexistente, para além da ausência, também, dos esperados despejos bem construídos pelos pés de Edmundo. Resultado: Nacir Armando acabou mesmo por abdicar de Chana e Jacinto, entrando para os seus lugares Bebé e Avú, tendo o primeiro trazido alguma dinâmica ofensiva, porém, longe de uma mudança estrutural condigna.
E o Atlético? O técnico-adjunto Garrincha esteve constantemente a chamar à atenção aos seus pupilos, e com toda a razão, pois brincadeiras como aquelas que foram protagonizadas pela defesa, mormente pelo veterano Amad, atabalhoado e desconcentrado, podiam ter sido fatais. Ngoni procurou soluções individuais, mas sem sucesso. Dino e Eboh caíam na teia defensiva montada pela retaguarda do Matchedje, conhecida pela sua grande resistência.
Apesar de tudo, vejamos os seguintes realces: remate com o pé esquerdo de Danito para uma magnífica defesa de Victor, para canto; e golo certo do Matchedje, já no final da contenda, com o guarda-redes Samito a desviar o esférico por cima da barra transversal.
Pouco ou nada a referir em relação ao árbitro, cujo trabalho foi aceitável.
FICHA DO JOGO
Árbitro: Hélder Napido, coadjuvado por Adão Chitache e Al Rajá Omar. Quarto árbitro: Ainad Ussene
ATLÉTICO – Samito; Clarêncio, Baúte, Amad e Nelito; Ngoni (Madeira), Délcio, Manuelito (Fadil) e Danito (Sumahila); Dino e Eboh
MATCHEDJE – Victor, West, Calo, Silva e Vasco (Zuze); João, Rogério, Jacinto (Avú) e Edmundo; Chana (Bebé) e Zico
Acção disciplinar: cartão amarelo para Jacinto e Vasco.
ALEXANDRE ZANDAMELA
Sem comentários:
Enviar um comentário