AS expectativas à volta deste jogo já por si davam conta de que estaríamos diante de uma grande partida de futebol, a avaliar pelo valor e a qualidade dos jogadores de que dispõem as duas equipas.
Vimos uma Liga algo tímida, encostada ao seu reduto. Uma Liga com algumas dificuldades na abordagem do seu jogo, que foi cedendo espaço no meio-campo, onde Danito Parruque e Momed Hagy sobrepuseram-se a Carlitos e Alvin. Mas a vigilância que Luís e Jerry eram sujeitos não abriu muito espaço para que chegassem livres à baliza de Lamá.
Porém, a pressão que era exercida a partir do meio-campo obrigou a defensiva da Liga a cometer algumas faltas junto da grande área, mal aproveitadas pelos caseiros.
Deram-se assim os primeiros avisos de que a “locomotiva” estava melhor preparada para o embate, enquanto a Liga se mantinha cautelosa, sem grande aventuras, temendo ser apanhada em contrapé. Aliás, o Ferroviário foi demonstrando que conhece bem o terreno que o adversário e se foi desdobrando à toda sua largura.
Sadomba, o homem mais temido no ataque da Liga, ficou sem espaço de manobra, enquanto o seu companheiro de ataque, Maurício, sofria um revés na luta com o “capitão” Jotamo. Desta feita, o Ferroviário teve maior recuperação da bola e contribuiu muito a persistência e entrega mútuo dos seus jogadores.
Face aos receios da Liga de se aventurar, o Ferroviário foi sistematicamente experimentando vários métodos e há, deste modo, que destacar a tarde brilhante de Jair que, apesar de jogo encostado à direita do meio-campo, rasgou a área à diagonal. Confundiu muitas vezes a defensiva e fez belas assistências ao ataque.
Por outro lado, via-se o esforço de Carlitos no miolo, à busca do jogo ofensivo, mas encarou uma séria confrontação de Momed Hagy. Num dos lances, obrigou o “locomotiva” a cometer falta, tendo Sadomba atirado para a figura de Pinto.
Esta foi o primeiro senão o único sinal de perigo levado pela Liga à baliza de Pinto, na primeira parte, antes de Jerry bater categoricamente Lamá, num lance em que a defensiva da Liga foi encontrada em contrapé. O “central” Zabula “bicou” o esférico da zona defensiva para o ataque. Luís viu-se em posição irregular e, para não “matar” o lance, não se fez ao esférico. Nessa altura, Jerry, que estava atrás dos defesas, partiu surpreendentemente em velocidade e antecipou vitoriosamente Lamá.
Foi o único tento da partida pois, todas as iniciativas da Liga foram anuladas na segunda parte. Apesar do esforço colectivo, com lances bem tirados, a defensiva “locomotiva” tomou o controlo da situação. Sadomba perdeu a batalha e, nalgumas vezes, lançou-se ao chão à procura de um possível penalte.
O Ferroviário apenas não teve sorte de alargar a vantagem, naquela outra antecipação a Lama, em que Momed Hagy atirou ligeiramente alto. Noutra ocasião, Luís viu o esférico a ser tirado na linha de golo, após desvio de cabeça mais um pontapé de canto. Por último Jerry perdeu a oportunidade de bisar, depois de “varrer” Fanuel. Atirou alto.
O trabalho da equipa da arbitragem, liderada por Estêvão Matsinhe, foi excelente.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO : Estêvão Matsinhe, auxiliado por Edmundo Macamo e Alfredo Sitoe.
O quarto árbitro foi Abdul Gani.
FER. DE MAPUTO – Pinto; Zabula, Faife, Jotamo e Fredy; Jair (Whisky), Momed Hagy, Danito Parruque e Maurício (Joca); Luís (Artur Manhiça) e Jerry.
LIGA MUÇULMANA – Lamá; Marito, Mack, Calima (Fanuel) e Suleimane; Alex, Carlitos, Alvin (Paíto) e Chico; Maurício e Sadomba.
DISCIPLINA : cartões amarelos para Whisky, Calima e Fanuel.
SALVADOR NHANTUMBO
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