NO pretérito domingo, no campo do 1º de Maio, a derrota (2-1) frente ao Desportivo, numa das partidas que marcaram o epílogo da primeira volta do Moçambola-2009, foi a gota que fez transbordar o copo.
É verdade que entre a Direcção do clube e o técnico brasileiro o processo de rescisão do contrato decorreu de forma pacífica, no entanto, já o mesmo não se pode dizer no que se refere à relação entre Camargo e os adeptos do Ferroviário, tendo em conta os acontecimentos de domingo.
Na circunstância, e depois de consumada a derrota, os simpatizantes da colectividade não esconderam a sua revolta contra o treinador, gerando-se uma tremenda confusão no campo dos “alvi-rubros”.
Aliás, esta não era a primeira vez que entre treinador e adeptos se vivia uma situação de “guerra”, dado que, para estes últimos, o Ferroviário, na presente temporada, não tem sido o Ferroviário campeão que em 2008 deu um verdadeiro “show”, conquistando o título sem quaisquer reticências.
Para melhor sustentar a demissão de Camargo, a Direcção do clube busca como exemplo as três derrotas consecutivas registadas pela equipa nas últimas jornadas, frente ao Costa do Sol (4-2), Chingale (2-1) e Desportivo (2-1), curiosamente, com os “locomotivas” a marcarem primeiro, por intermédio do goleador Jerry.
A campanha menos conseguida do Ferroviário estende-se também à Taça de Moçambique, tendo na sua última aparição, no Estádio da Machava, suado às estopinhas para vencer o modesto Cape-Cape por apenas uma bola sem resposta.
No plano internacional, no início da época, vergou perante o Kampala City, do Uganda, depois de ter prometido levar os “locomotivas” à fase de grupos.
A insatisfação em relação ao brasileiro não é exactamente uma novidade, pois já tinha havido contactos com o português Litos, este ainda no Maxaquene, para a sua substituição, proposta, entretanto, recusada por aquele. Agora, consumada a saída de Camargo, é muito provável que Litos seja novamente abordado e aceite abraçar o desafio, até porque, contrariamente aos “tricolores”, o Ferroviário não tem o mau hábito de dever salários aos treinadores e jogadores.
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