A DESPEITO de não ter sido uma partida espectacular – Mart Nooij já nos tinha preparado para o efeito, pois o resultado era o mais importante – Moçambique, globalmente, exibiu-se a contento, controlou os acontecimentos, particularmente no segundo período e não ofereceu espaço aos tunisinos para explanarem o seu futebol.
Embora a apreciação dos 13 atletas que actuaram neste jogo nos obrigue a fazê-lo positivamente, pois todos assim o merecem, o maior destaque vai, no entanto, para a magnífica exibição de Mexer, que se assumiu como o “patrão” da defesa, bem como para Dário Monteiro, que após cair em várias situações de fora-de-jogo, de certo modo irritando alguns espectadores, acabou sendo o herói da tarde, com o tento de belo efeito por si apontado, fruto da crença e da sua perspicácia.
Individualmente, vejamos como se comportaram os “Mambas”:
KAMPANGO – Num desafio muito disputado no meio-campo, Kampango só não precisou do banquinho para se sentar porque as regras assim o não permitem. Foi poucas vezes solicitado a intervir e as bolas que lhe chegaram às mãos eram praticamente sobras.
CAMPIRA – Receava-se que estivesse com défice de rodagem, mas a verdade manda dizer que mantém a mesma postura: batalhador a defender e consequente a atacar, prestando um grande apoio aos colegas da frente, com entradas destemidas pelo seu flanco.
DÁRIO KHAN – Foi um dos responsáveis pela muralha que se ergueu à frente de Kampango fechando os caminhos para os tunisinos. Teve uma soberba chance de marcar, numa das suas subidas.
MEXER – Aqui está o homem da tarde! Valente a defender e sóbrio a sair com o esférico, naquele estilo falso lento, a fazer lembrar Pedro Novela, Mexer realizou uma exibição esplêndida, tanto no jogo rente à relva como no jogo aéreo. Onde esteve na finalíssima do Moçambola?PAÍTO – Habituou-nos a subir pela sua ala, cruzando para a zona do “barulho”. Desta vez, para não perder balas de qualquer maneira, pois a Tunísia ganhava nas alturas, preferiu combinar, e bem, com colegas mais próximos, controlando melhor a bola.
SIMÃO – Funcionou bem como quinto homem da retaguarda e quarto elemento da intermédia, consoante as circunstâncias. Está talhado para essa missão e saiu-se correctamente.GENITO – Quer nos parecer que não gostou da substituição, dado que aconteceu no seu melhor momento nas quatro linhas. Genito, em paralelo com Dominguez, municiava a dupla atacante, chegando até a preencher alguma vaga à frente.
DOMINGUEZ – Com o esférico nos pés, é um terror. Sem a bola, é um diabo imprevisível, dado que se desmarca muito bem. Com a sua técnica e virtuosismo, “matou” os tunisinos.MIRO – Não teve oportunidades para “encher o pé”, mas mostrou-se determinado no um-para-um, ganhando muitas batalhas.
TICO-TICO – É sempre uma referência de peso. Não sabe jogar… mal. Toques curtos, combinações perfeitas e desequilíbrios no ataque fizeram com que merecesse uma atenção especial da defesa contrária. Esteve em várias situações iminentes de golo.DÁRIO MONTEIRO – Óptimo a cansar os defesas, porém, a falhar no posicionamento na linha, acabando por protagonizar vários “off-side”. No lance do golo, tudo foi “made in” sua pessoa, isto é, a desmarcação, o primeiro remate e depois a recarga vitoriosa.
GONÇALVES – Entrou e se encaixou perfeitamente na forma de actuar da equipa, acrescentando mais sangue ao sector atacante.MOMED HAGY – Esteve a aquecer com Josimar e a opção recaiu em si. Razões: Mart Nooij é inteligente e, naquela altura, interessava-lhe claramente defender.
ALEXANDRE ZANDAMELA
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