EM todos os aspectos, foi, indubitavelmente, o “jogo do ano”.
Em rigor, a turma de Chiquinho Conde cumpriu aquilo que de facto lhe era suficiente para, pela segunda vez consecutiva, subir ao pedestal de honra: o empate. Fosse com golos ou não, muitos ou poucos.
Numa tarde em que as bandeiras verde-e-branca foram as mais predominantes, comparativamente às alvi-negras”, os “locomotivas” abriram o activo por intermédio de Jerry, aos 17 minutos, num lance em que, inteligentemente, ludibriou os centrais do Desportivo, que ficaram à espera de um pretenso fora-de-jogo. Depois, aos 26, desta vez por Mendes, tiveram um segundo tento, mal anulado pelo juiz da partida, por indicação do seu assistente João Paulo.
A seguir, veio o período áureo do Desportivo, premiado com um belíssimo golo de Muandro, aos 40 minutos. Os “alvi-negros”, com um futebol melhor elaborado e de toque curto, eram os que mais se salientavam nas quatro linhas, no entanto, o Ferroviário emprestava ao jogo uma característica que lhe valeu a diferença: o pragmatismo, a desmarcação e o instinto matador do seu goleador Jerry, que, aliás, acabou sendo o melhor marcador do campeonato.
Se, como sói dizer-se, a melhor defesa é o ataque, Chiquinho Conde, no segundo tempo, optou por fazer a mescla de ambas as situações, mas com mais determinação na retaguarda, fechando as principais linhas de passe e, sobretudo, as unidades desequilibradoras do adversário. Resultado: o Desportivo, é verdade, teve mais posse de bola, rematou, porém, o Ferroviário manteve a sua verticalidade e, acima de tudo, um betão intransponível.
Não se lhe pedia mais, pois tinha o título nas mãos. O resto foi a festa verde-e-branca iniciada em pleno rectângulo de jogo e que inundou toda a cidade de Maputo e arredores. Os novos campeões nacionais, que conquistaram o seu nono título, igualando ao Costa do Sol, foram depois recebidos, num ambiente de grande festa, pelo edil da capital do país, David Simango.
A 26ª e última jornada do Moçambola-2009 foi igualmente marcada pela despromoção de dois emblemas históricos: Chingale de Tete e Ferroviário de Nampula, que curiosamente jogaram entre si e empataram a um golo. Estas duas formações juntaram-se ao Ferroviário de Nacala, cuja sentença há muito já era conhecida.
ALEXANDRE ZANDAMELA
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