O DIA 14 pode ter vários significados. Para uns o 14 pode ser de Fevereiro, Dia dos Namorados, em que oferecemos uma flor a quem mais amamos na vida. Mas o 14 a que me refiro hoje é de Novembro.
Os “Mambas” devem regozijar-se pelo feito conseguido no sábado na Machava. Um mérito próprio por terem se qualificado para o CAN de Angola de 2010 e colocado, por outro lado, a Nigéria no Campeonato do Mundo, onde tinham poucas esperanças de lá chegar, pois à entrada para esta ronda, os tunisinos estavam em grande vantagem.
Não há dúvidas que a missão era bastante espinhosa. Estava-se diante de uma das melhores selecções de África. Mas os “Mambas” vestiram o fato-macaco e desceram lá para a mina para transpirarem às estopinhas. O fizeram com galhardia. O fizeram como os moçambicanos gostam de o fazer: sempre sacrificados e pouco bonificados!
MAMBAS
Com uma primeira parte um tanto ou quanto insípida, os “Mambas” foram balbuciando à procura de uma mínima falha do adversário que nunca apareceu. O jogo da paciência chegou em alguns momentos a irritar o público que estava ávido em ver a sua selecção mais atacante e aventureira.
A paciência ganha a vitória. Foi o que aconteceu. Aliás, água mole tanto bate na pedra até que fura. Foi exactamente isso que aconteceu sábado no Vale do Infulene, cemitério dos tunisinos, e com um português à frente deles. Refiro-me a Humberto Coelho que veio tanto esperançado, mas que saiu vergado e cabisbaixo e certamente que nunca se esquecerá deste nome: MOÇAMBIQUE!
Mexer, Tico-Tico, Dominguez, Dário Monteiro e companhia pegaram nas “armas” e foram à frente de combate, para uma batalha que em alguns momentos chegou a recear-se que estava perdida, principalmente quando se ouviu que o Quénia estava a ganhar á Nigéria.
Os “Mambas” não se atormentaram. Fizeram o jogo pelo jogo. O futebol espectáculo que Mart Nooij não prometeu acabou por se verificar, mais pelo talento do nosso futebolista, que é tecnicamente apurado.
A Tunísia foi jogando na contenção. Queria primeiro garantir o empate e esperar que a Nigéria perdesse ou empatasse com o Quénia. Todo o “mundo” tinha um ouvido na Machava e outro em Nairobi.
O GOLO
A dado momento, o jogo da Machava deixou de ter interesse. Passou-se momentaneamente para o Quénia. Era um espectáculo vivido à distância.
Aquele fatídico minuto!
A segunda parte foi espectacular e espevitante. Os “Mambas” entraram a todo o gás. A Tunísia nunca se encontrou. Era um verdadeiro “massacre” que os forasteiros não esperavam. Dominguez já estava encostado a Dário Monteiro no ataque. Tico-Tico era um verdadeiro “maestro” com a bola. Os lances de perigo sucediam-se na baliza tunisina.
Dário Monteiro na primeira escapadela rematou com o pé esquerdo. O guarda-redes tunisino em desequilíbrio e instintivamente desviou o esférico com uma palmada. O público de pé já gritava golo.
Mas, como já o dissemos que água mole em pedra dura bate até que fura, Dário Monteiro escapuliu-se da marcação dos defesas. Tirou um petardo. O guarda-redes defendeu para frente. Na recarga, o ponta-de-lança moçambicano “fuzilou”. Humberto Coelho e os seus jogadores levaram as mãos à cabeça. Jogava-se o minuto 40 desta etapa complementar.
FINAL FESTIVO
Os tunisinos perderam completamente a cabeça. Até porque tinham informações de que a Nigéria já estava a vencer o Quénia. Faltava pouco tempo para o jogo terminar. E foi o que se viu. Os “Mambas” ainda tiveram tempo para se recrearem. Tico-Tico e Dominguez até davam-se ao luxo de exibirem toda a sua técnica.
No final foi uma festa. Uma festa de arromba que se prolongou pela noite adentro.
A equipa de arbitragem realizou um trabalho digno de louvor.
FICHA TÉCNICA
ÁRBITRO: Noumandiez Desire Doue; Songuifolo Yeo e Moussa Bayere, todos da Costa do Marfim.
MOÇAMBIQUE: Kampango; Campira, Dário Khan, Mexer e Paíto; Dominguez, Simão, Genito (Gonçalves), Miro (Hagy); Tico-Tico e Dário Monteiro.
TUNÍSIA: Ayman; Khaled Souissi, Yassin, Saif, Karim, Khaled Korbi, Houcine, Fahid (Ali Zitouni), Amine Oussama), Chouki, Iassine.
GIL CARVALHO
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