segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MOÇAMBOLA-2009 - Glória aos campeões, honra aos vencidos!

NÃO há campeões sem razão! Por mais que se invoquem mil e uma justificações, para depreciar os vencedores, os campeões sempre têm razão. E, numa maratona de 26 longas jornadas, disputadas durante longos meses, os campeões devem ser realmente glorificados e se sublimar a sua regularidade.

O "capitão" Jotamo comanda esta corrida triunfal dos “locomotivas” (C. Bila)
É essa glória que o país, do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, rende justamente ao Clube Ferroviário de Maputo, campeão nacional de futebol de 2009.

Um campeão que, saído do nada, a meio da prova, quando se procedeu à troca do técnico brasileiro Paulo Camargo pelo jovem moçambicano Chiquinho Conde, iniciou então uma ascensão meteórica e que a cada jornada se foi tornando em magnífica, culminando ontem com uma coroação efusivamente festejada pela família “locomotiva”.

Uma coroação que ocorreu num simpático Estádio da Machava, a registar uma enchente invulgar em competições nacionais, e numa 26ª e derradeira jornada do Moçambola-2009 de grandes decisões. Colocando frente-a-frente Ferroviário e Desportivo com hipóteses de conquistar o “canecão”, esta finalíssima acabou resultando num grande espectáculo de futebol, disputado sob muita pressão e a exigir pouca margem de erro.

O empate 1-1 acabou sendo justo para os dois contendores, a avaliar por aquilo que desenvolveram ao longo da hora e meia de jogo, premiando, no entanto, os “locomotivas”, pois precisavam somente da igualdade para envergarem as faixas de campeão pela segunda vez consecutiva. E até foram, aliás, os “locomotivas” a abrir o activo, aos 17 minutos, através do inevitável Jerry, num lance em que a defesa “alvi-negra” se atabalhoou e Zainadine Jr. foi lento na saída, acabando por colocar em situação legal o jovem artilheiro.

A festa no Estádio da Machava era literalmente do Ferroviário, todavia, os próprios adeptos se mostravam comedidos, porquanto a alta rotação ofensiva do Desportivo não aconselhava a veleidades. Aos 40 minutos, os vaticínios de um empate se confirmaram, com o magnífico tento de Muandro.

O resultado não mais se alterou, para gáudio e glorificação dos “locomotivas”, mas, verdade seja reconhecida: os vencidos, a galhardia do Desportivo e sobretudo o seu espírito de campeão durante os 90 minutos, merecem a devida honra.

Nesta derradeira jornada de grandes decisões, honra também para a persistência do Textáfrica, FC Lichinga e Atlético Muçulmano, que conseguiram a manutenção e relegando para a divisão secundária o Chingale e o Ferroviário de Nampula, os quais se juntaram ao então despromovido Ferroviário de Nacala.

Os “fabris” da Soalpo foram ao Chiveve ganhar ao Ferroviário da Beira por 2-1, FC Lichinga bateu Atlético Muçulmano por uma bola sem resposta e, num empate pesaroso para os dois conjuntos, Chingale e Ferroviário de Nampula terminaram 1-1.

Noutros embates, sem qualquer interferência na classificação final, Costa do Sol venceu Maxaquene por 1-0, Liga Muçulmana e Matchedje empataram 1-1 e Ferroviário de Nacala despediu-se com uma vitória por 2-1, sobre a HCB do Songo.

A classificação final ficou assim ordenada: Ferroviário de Maputo 51 pontos, Desportivo 48, Costa do Sol 47, Liga Muçulmana 44, Maxaquene 39, Ferroviário da Beira 36, Matchedje 34, HCB e Textáfrica 33, FC Lichinga 31, Atlético 30 e, abaixo da linha de água, Chingale e Ferroviário de Nampula 29 e Ferroviário de Nacala 15.

ALEXANDRE ZANDAMELA

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