A PRESENÇA de Moçambique no Campeonato Africano das Nações em futebol (CAN-2010), a decorrer em Janeiro do próximo ano em Angola, representa uma mais valia para a viabilização dos voos conjuntos da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a sua congénere angolana – TAAG – ligando Maputo e Luanda, duas vezes por semana.
José Viegas explicou que o facto de Moçambique se ter qualificado para o CAN-2010 significa que, pelo menos no decurso da competição, Angola seja visitada por muitos adeptos interessados em assistir às exibições da Selecção Nacional e não só.
Disse que um dos sinais do sucesso desta ligação aérea é a aderência que se registou no voo inaugural. Segundo dados estatísticos, o nível de ocupação da aeronave esteve acima dos 80 porcento, sendo de destacar uma missão empresarial composta por cerca de 50 homens de negócios filiados na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Quer governantes, quer empresários que corporizaram o voo inaugural consideraram de corajosa a decisão das duas companhias aéreas, pelo facto de neste momento o mercado de aviação civil estar a atravessar um mau momento, com algumas companhias a cortar rotas.
O Ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse que os voos Maputo – Luanda visam, sobretudo, responder à demanda das ligações aéreas entre os dois países, reduzindo os custos de transporte e encurtando o tempo de voo.
Para Paulo Zucula “é uma atitude de coragem assumir o risco de iniciar estas operações numa altura em que o mercado está a atravessar momentos de incertezas. Esperamos que a LAM redobre os esforços para melhorar cada vez mais a qualidade dos seus serviços – observou.
Enquanto isso, o Ministro das Finanças, Manuel Chang, considerou que à partida parece uma simples relação entre empresas, mas na verdade isto acabará envolvendo tantas outras, o que irá contribuir para o aumento dos investimentos quer em Angola quer em Moçambique, uma vez facilitado o transporte.
Entretanto, Salimo Abdula, empresário que lidera a missão da CTA, disse ser vontade dos empresários dos dois países estabelecer parcerias, sobretudo porque Moçambique tem potencial humano e Angola tem capital financeiro e recursos humanos.
Bahir Adam, director-geral da Mextur, afirmou por seu turno que a sua expectativa é poder estabelecer parcerias para trazer passageiros para Moçambique ou para Angola ou conseguir representar algumas empresas da área de transporte e turismo.
O avião, que aterrou em Luanda cerca das 16 horas locais, recebeu à sua chegada um banho de espuma, uma operação de praxe para estes casos a nível da aeronáutica civil, numa acção executada por dois carros dos bombeiros do aeroporto.
Presente no aeroporto esteve o Vice-Ministro angolano dos Transportes, José João Kuzingwa, que já manteve contactos exploratórios sobre esta empreitada com os governantes moçambicanos que viajaram neste voo inaugural.
Questionado pelo “Notícias” sobre a questão que ainda se verifica na concessão de vistos de entrada, José Kuzingwa reconheceu que tal era de facto um entrave, mas que os dois governos estão a tratar do assunto visando resolvê-lo.
Ainda ao fim do dia foram inaugurados os balcões da LAM na capital angolana
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