sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CAN GABÃO/GUINÉ-EQUATORIAL-2012 - "Mambas": reiniciar as contas nas brandas águas comorianas


NUM ciclo de qualificação circunscrito a apenas seis partidas, ao fim do qual somente o primeiro classificado obtém o passaporte para a fase final, qualquer ponto desperdiçado é sinónimo de grande revés. E o facto ganha mais amplitude quando essa contrariedade sucede precisamente em casa e diante de um adversário em que, “a priori”, a vitória estava nas conjecturas de “todo o mundo”.

Foi assim com a Selecção Nacional de Futebol no arranque da Fase de Apuramento para o CAN Gabão/Guiné-Equatorial-2012, ao permitir uma comprometedora igualdade (0-0) à Líbia, um desfecho que obriga os “Mambas” a reiniciarem o computador das suas contas, tendo em conta que a Zâmbia ganhou na estreia. E esse reinício acontecerá amanhã à tarde, em Moroni, no brando alto mar das Comores, mas que, de repente, se pode transformar num verdadeiro furacão.



A despeito das nítidas diferenças competitivas entre os dois conjuntos – aliás, expressas no início deste ano quando o Ferroviário afastou categoricamente o campeão daquele país das Afrotaças –, salta à evidência a grande preocupação que os moçambicanos transportam para as Comores, derivada essencialmente do seguinte: um desconhecimento total do adversário, senão informações de carácter geral relativas ao facto de nenhum jogador desta ilha do Índico actuar fora de portas.

À partida, este motivo constituirá bom augúrio para os “Mambas”, que contam no seu plantel com futebolistas repartidos por vários cantos do globo? Sim, até pode ser, no entanto, entendemos que este facto não pode ser a principal bandeira da nossa selecção, mas sim a perseverança e um alto sentido profissional, pois os comorianos estarão no seu ambiente e perante o seu público. Portanto, este jogo, referente à segunda jornada do Grupo “C”, pode, aparentemente, ser fácil, só que será necessário saber capitalizar as facilidades ou ingenuidades que os anfitriões irão colocar no relvado sintético do seu estádio.

Sem ser, exactamente, o jogo de vida ou morte da nossa selecção, uma vez que, independentemente do resultado que se verificar ainda estarão em disputa 12 pontos – três da primeira volta e nove da segunda –, exigir uma vitória aos “Mambas” não é exigir o impensável, antes pelo contrário, é exigir o perfeitamente realizável e, sobretudo, o necessário, de forma que as contas não se compliquem tão cedo.

E Comores não deve ser um ponto de retrocesso do nosso sonho de qualificação, daí se esperar, amanhã, por uma equipa com fogo nos olhos, bastante aguerrida e principalmente eficiente do ponto de vista atacante, para que os almejados golos possam acontecer.



A ALAVANCA NECESSÁRIA



A exibição frente aos líbios, no pretérito dia 5 de Setembro, no Estádio da Machava, não deixou saudades a nenhum adepto moçambicano. Muitos erros foram evidenciados, para além de uma gritante falta de harmonia entre os diferentes artistas. Naturalmente que o seleccionador nacional, Mart Nöoij, juntamente com os seus adjuntos João Chissano e Mano-Mano, de lá para cá fez a devida introspecção para se apagar essa má imagem e alavancar a equipa para os imprescindíveis três pontos em Moroni.

Foi a pensar nestes factos e face à pressão que se exige sobre a selecção que Mart Nöoij preferiu colocar os “Mambas” longe do bulício maputense, permitindo-lhes plena concentração ao jogo e maior disponibilidade de todos os 22 atletas para o trabalho planificado.

Deste modo, a equipa “refugiou-se” em Nairobi desde segunda-feira, tendo na terça e quarta-feira realizado treinos bidiários, que essencialmente serviram para o entrosamento táctico que se mostrou inexistente contra os líbios. Por outro lado, e apesar de a convocatória não ter sofrido alterações de vulto, regista-se o regresso do lateral esquerdo Paíto, daí a imperiosidade de um ensaio mais profundo.

Da capital queniana, a turma moçambicana seguiu ontem para Moroni, onde esta tarde efectua o habitual treino de adaptação ao estádio onde amanhã terá lugar o desafio. Será uma sessão ligeira e do sempre necessário contacto com o terreno, embora se tenha em conta que os nossos jogadores não deverão ter grandes problemas de adaptação, pois trata-se de um piso sintético, que é o mesmo que jogar na “catedral” do Vale do Infulene.

Os atletas do Moçambola partiram segunda de manhã para Nairobi, local para onde foram convergindo os que actuam no estrangeiro.
Para esta segunda jornada do Grupo C, decorrerá também, em Tripoli, o embate entre Líbia e Zâmbia.

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