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terça-feira, 12 de outubro de 2010
JOGOS DAS COMMONWEALTH - Falhas na inscrição prejudica nadadores moçambicanos
NO acto da inscrição dos atletas moçambicanos houve erros inadmissíveis. Os nadadores nacionais pagaram cara a factura, uma vez que, sem os seus tempos registados, acabaram por ser relegados para as séries mais fracas. Ao ficarem em primeiro nos agrupamentos, pensaram que estariam nos lugares cimeiros na classificação final/geral. Puro engano, porque foram cair para além da linha do meio da tabela e, nalguns casos, na cauda.
A responsabilidade ainda está por apurar. Mas, os técnicos desta modalidade, em contacto com a nossa Reportagem, mostraram-se inconformados e, uma vez o mal feito, lançaram um apelo para que nas próximas competições os seus atletas sejam registados com as suas marcas, para serem integrados nas séries de acordo com o seu desempenho.
O que aconteceu nestes Jogos é que foram atirados para o grupo dos “caloiros”, o que acabou sendo prejudicial, uma vez que não tiveram aquele contacto com os chamados “golfinhos” da Comunidade Inglesa, alguns dos quais que dominam o mundo da natação.
MANCHARAM O BOM NOME DE MOCAMBIQUE
O atletismo moçambicano, que já deu glórias ao país através de Lurdes Mutola, está hoje a decepcionar pelo mundo fora. Para estes Jogos, à excepção de Elisa Cossa, os restantes quatro integrantes ou queixaram-se de lesões antes de entrarem em pista ou lesionaram-se em plena prova.
Leonor Piúza, da especialidade (800 metros) na qual Mutola dominou o Mundo, surpreendentemente saiu da pista momentos depois da corrida ter se iniciado. Dias antes queixara-se de dores na bacia, segundo o seu treinador Stélio Craveirinha. Mas a sua desistência nem teve a ver com a queixa que apresentara, pois, quando abandonou a pista, levava a mão ao músculo da perna esquerda. Afinal, o que aconteceu com ela?
Kurt Couto, o especialista dos 400 metros barreiras no país, foi outro atleta que decepcionou. Os motivos(?) tudo indica que têm a ver com a suposta lesão no músculo que também apresentou ao seu treinador nas vésperas da sua corrida.
Couto pareceu-nos um pouco pesado e sem ritmo competitivo para ombrear a este nível da Commonwealth, onde abundam os melhores atletas do mundo, sem contar, logicamente, com os norte-americanos, que não participam nos Jogos desta Comunidade Inglesa.
Kudzanai Alberto torceu o pé durante o salto em comprimento, razão pela qual os dois últimos saltos tenham sido nulos. Aqui até se compreende, uma vez que se trata de um atleta muito jovem, sem experiência neste tipo de andanças, mas que promete.
Telma Cossa era tida como a que tinha contraído lesão grave num treino, antes das provas. A sua participação até chegou a estar em dúvida nos 100 metros barreiras. Mas qual espanto? É que Telma Cossa reagiu positivamente. É certo que partiu ligeiramente atrasada, mas a sua abnegação levou-a ao quinto lugar. Uma posição que até o próprio treinador aplaudiu. Aliás, até a terceira barreira que derrubou não a impediu de chegar ainda fresca à meta.
Elisa Cossa não se queixou de nada antes da corrida. Foi a única que transitou para a segunda eliminatória, na condição de repescada dos quintos melhor posicionadas. Mas, nas meias-finais, já não teve pernas para aguentar o ritmo das adversárias e, como se não bastasse, piorou o tempo que havia feito na eliminatória.
Portanto, a tomar em conta todas estas situações, aconselhamos que nas próximas ocasiões os dirigentes moçambicanos prestem muita atenção nos testes médicos dos atletas, sob o risco de um dia, no lugar de tomarmos parte num evento normal a que nos inscrevemos, ir parar nos paraolímpicos (competição destinada a pessoa portadora de deficiência).
Gil Carvalho, em Nova Deli
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