quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Estou habituado a grandes desafios - Dário Monteiro

DÁRIO Monteiro tem sido alvo de duras críticas por exibições menos conseguidas na Selecção Nacional.

DÁRIO Monteiro, do Estrela da Amadora, que frente ao Burkina Faso marcou o golo de penalte que traçou o destino do jogo a favor dos “Mambas”
Os moçambicanos, particularmente os que acompanham calorosamente os “Mambas”, não o têm poupado, reprovam-no a cada jogo por entenderem que não se esforça o suficiente.

Alguns já imploram a Marti Nooij a sua substituição alegando que os seus 32 anos de idade são demasiados para se locomover com aquela desenvoltura que lhe caracterizou num passado não muito longínquo. Todavia, no jogo frente ao Quénia, Dário Monteiro terá dado uma bofetada com “mão de veludo” a quem a meio da segunda parte já pedia a sua substituição, implorando a entrada de Jerry, pois foi nesse período que o atleta tirou da “manga” um passe magistral que possibilitou a Tico-Tico fazer o golo da vitória. Por uns instantes Dário Monteiro passou de Mal-Amado a Bem-Amado.

O avançado tinha conseguido calar a boca dos cerca de 35 mil pessoas presentes na Machava, uma auto-superação ao alcance de quem está habituado a altas pressões. Reagindo ao ambiente hostil que nalgumas vezes o tem ladeado nos jogos dos “Mambas” o mais recente reforço do SuperSport, bicampeão sul-africano, mostrou-se despreocupado com a situações do género, pois afirma estar habituado à pressão.

“Estou habituado aà pressão. Ao longo da minha carreira fui aprendendo a viver com ela. A vida de um jogador é sempre acompanhada pela pressão e temos que estar preparados para dar a volta a situações do género”.

É NORMAL QUE PEÇAM MAIS DE MIM

“Mambas” numa maratona árdua
Dário é dos jogadores mais experientes da selecção, apenas o capitão Tico-Tico o supera a nível de internacionalizações. Por isso, o público exige que o avançado que já correu o mundo (Portugal, Emiratos Árabes Unidos, Chipre e agora África do Sul) jogue muito mais. Frente ao Quénia a tensão em redor de Dário voltou a estar a “cem graus”.

Questionado sobre como teria reagido à pressão, este respondeu: “As pessoas cobram muito de mim. É normal. Sou um jogador que pelo estatuto que fui ganhando na equipa nacional com o meu trabalho, tenho responsabilidades mais acrescidas. Não fico aborrecido com o público quando me assobia ou faz um outro gesto como forma de demonstrar a sua insatisfação. Estou habituado que me cobrem. O segredo é não ter isso como uma ofensa, mas sim como um incentivo para fazer cada vez melhor. Foi assim contra o Quénia. Não me deixei influenciar negativamente e acabei fazendo uma boa jogada que deu o golo”.

Em relação ao facto de tardar a entrar em forma, ele explicou: “As pessoas pedem muito de mim. Querem que o Dário jogue mais, marque golos, talvez porque não sabem que praticamente não joguei na época passada. Foram cerca de oito meses sem jogar e isso influencia claramente no meu rendimento. Dentro daquilo que é a minha actual forma julgo que tenho me esforçado para dar muitas alegrias ao meu país”.

Dário Monteiro assegura que agora ao serviço do SuperSport fará tudo para recuperar a forma e ajudar os “Mambas” a estarem, pelo menos, no Campeonato Africano de Futebol (CAN).

NO DESPORTIVO SE FOR CONVIDADO

DÁRIO Monteiro deu mais um passo na sua carreira ao assinar pelo Super-Sport United. Aos 32 anos de idade, o internacional moçambicano está consciente que rumar para campeonatos mais competitivos é uma meta difícil de se concretizar, embora acredite que inda esteja em condições de jogar ao mais alto nível.

Aliás, o atleta afiança que só pendurará as “chuteiras” quando sentir que a bola corre mais que ele, não estipulando um ano para dizer adeus ao desporto-rei. Questionado se estaria disposto a terminar a sua carreira em Moçambique, este foi peremptório: “Sim, mas só no Desportivo. É o meu clube de coração. E se um dia for-me feito um convite voltarei ao clube onde comecei a jogar. Mas nunca aceitaria jogar noutro clube moçambicano por dinheiro algum”.

E se tiver que se concretizar, o atleta sublinha que “jogaria no Desportivo por prazer. Não haveria de vir ao Desportivo por dinheiro, porque se assim fosse não voltaria. Não haveria de querer ganhar no Desportivo o que ganhei a jogar em Portugal ou nos Emiratos Árabes Unidos”.

Concluindo, admitiu que seria um prazer voltar a jogar em Moçambique, pois estaria ainda mais perto da família e dos amigos.

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