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segunda-feira, 8 de março de 2010
TAÇA DE HONRA/SOJOGO: Ferroviário, 1-Desportivo, 2 - “Alvi-negros” batalhadores
O DESPORTIVO arrancou uma exibição que espevitou os seus adeptos e acabou manietando o Ferroviário, até este se render nalguns lances em que o guarda-redes Pinto ficou em apuros.
Entrando sem receios e fazendo valer as suas capacidades colectivas, os “alvi-negros” travaram uma luta renhida no miolo do terreno e, aproveitando-se do melhor performance dos seus atletas, casos de Zainadine Júnior, no eixo defensivo (fazia altas subidas para o ataque), Muandro, Félix e Steven na ofensiva, impuseram-se ao sistema táctico do adversário e a partida se transformou num cenário bastante interessante.
Nem o estado de forma e a experiência de que gozam os “locomotivas” pôde se impor aos “alvi-negros” face ao seu maior atrevimento e garra dentro do rectângulo do jogo.
O Desportivo lembrou aos seus adeptos os momentos áureos que atingiu no passado, com exibições de se lhe tirar o chapéu, trazendo um pouco daquilo que é a sua personalidade.
Sem perder tempo, os “alvi-negros” deram o aviso à navegação num remate de Steven, em que o esférico embateu no travessão, pela parte interior, e depois devolvido para longe da baliza. Foi um lance de belo feito, no qual o atacante “alvi-negro” foi colocado entre os centrais e, após se aliviar, precipitou-se em atirar quando tinha espaço para escolher o melhor ângulo.
Com alguma confiança e maior atrevimento, o Desportivo só não chegou ao golo nos minutos iniciais por falta de frieza, sendo que Muandro foi egoísta nalguns lances em que podia servir o homem melhor posicionado para visar.
E pagou por estas infantilidades, pois o Ferroviário não brincou em serviço quando próximo da baliza adversária, dando lição de que as oportunidades é para serem exploradas. Sonito, que de “alvi-negro” virou “locomotiva”, tentou vingar-se e tirar maiores créditos de Chiquinho Conde, foi ele que assistiu Jerry, num centro bem projectado pela direita, para o “rato” bater categoricamente Gervásio. Decorriam 22 minutos.
Porém, a reacção “alvi-negra” não tardou e a igualdade foi estabelecida nos três minutos seguintes, na sequência de um pontapé de canto, com Félix a aparecer no meio da confusão e cabecear certeiro. O “keeper” Pinto fez-se ao lance, mas os seus “centrais” foram antecipados na sobra junto do primeiro poste. Vai daí, veio a alegria “alvi-negra” e os níveis de confiança também se elevaram.
A luta pela posse da bola foi também cada vez mais renhida e diga-se que o Desportivo foi quem soube tirar proveito das falhas do adversário, num dia que o lateral direito Zainadine Júnior explorou todo o seu corredor, apoiando perfeitamente os seus companheiros mais adiantados. Foi ele o autor do golo da vitória, aos 38 minutos, num passe progressivo do “veterano” Nelinho, colocando Zainadine livre de contrários, para uma saída inglória de Pinto. Aliás, Nelinho, o trinco mais velho do país, quase surpreendeu Pinto que, adiantado dos postes, viu o esférico a roçar as malhas laterais, a anteceder o lance do tento da vitória.
Os “alvi-negros” vieram do intervalo com a lição bem estudada, estancaram as linhas de passe dos “locomotivas”, fechando os caminhos para a sua baliza, ao mesmo tempo que desciam rápidos em contra-ataque. O Ferroviário foi atrás do prejuízo, mas sem sucesso. No único lance clarividente, Jerry, de trás para frente na grande área, atirou alto.
O árbitro da partida, Ainad Ussene, esteve em cima dos acontecimentos, mas com algumas falhas.
FICHA TÉCNICA
Árbitro: Ainad Ussene, auxiliado por João Paulo e Célio Mugabe. Quarto árbitro: Mateus Infante.
FERROVIÁRIO – Pinto; Rafael (Zabula), Butana (Jair), Whisky e Michael; Danito Parruque (Joca), Ítalo, Momed Hagy e Mendes (Tchaka); Sonito e Jerry.
DESPORTIVO – Gervásio; Zainadine Júnior; Emídio, Baúte e Cândido; Dino, Nelinho, Tchitcho (Binó) e Muandro; Félix (Isac) e Steven (James).
Acção disciplinar: cartão amarelo Butana, Whisky, Joca, Zainadine Júnior e Baúte.
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