O Continente Africano rendeu-se mais uma vez ao encanto das “águias”, que na capital queniana, Nairobi, voltaram a voar mais alto, dando mostras que o céu é mesmo o limite. Aliás, estão no ponto mais alto de África, o Qulimanjaro! Na redenção da final de Maputo, no passado, as “alvi-negras” demonstraram ser superiores ao 1º de Agosto de Angola, que embora tenha dado uma boa réplica, nunca chegou a estar em vantagem. No primeiro período, o marcador apontava 18-10 a favor do Desportivo. Já no segundo, as coisas não correram muito bem tendo as angolanas reduzido para uma diferença de apenas três pontos (29-26), resultado com que saíram para o intervalo.
O repouso parece ter sido mágico para as comandadas de Nazir Salé, já que entraram, para a segunda parte, a “matar”, pois, no final do terceiro período, saíram a vencer, por 55-43, uma margem de 12 pontos que reflectia a organização táctica, o nível físico e sobretudo o poder de reacção das moçambicanas que souberam dar uma resposta cabal em momentos menos bons. Aliás, foi assim ao longo de toda a prova. Um Desportivo à campeão, que contra as equipas menos experimentadas ainda na fase de grupos, acelerou e desacelerou quando lhe convinha, e contra conjuntos já de algum renome, casos do Djoliba, First Bank, 1º de Agosto espalhou todo o seu perfume. A máquina montada por Nazir Salé carburou na perfeição. Foi perfeita no seu modo de actuar, a defender e a atacar. Foi a única que ganhou os oito jogos disputados, sendo que nunca chegou a estar em desvantagem, é obra!
Se no ano passado as “alvi-negras” ainda desconhecidas no panorama continental, viveram muito à sombra de Salimata Diata e Anta Sy, que eram o coração da equipa, o mesmo já não se pode dizer deste conjunto, se se atender que todas as jogadoras tiveram um papel importante na equipa. Nota disso é que a cada jogo ia se destacando uma atleta diferente. Diarra Desai, Deolinda Ngolela, Yolanda Jones, Licka Sy, Cátia Halar, Anabela Cossa, Aleia Rachide, Tânia Cuachene foram alguns dos nomes sonantes.
A americana Yolanda Jones foi um reforço de peso para o Desportivo, visto que foi ela que com um registo de 27 pontos contribuiu grandemente para a vitória do Desportivo, enquanto Aleia Rachide fez 17 pontos.
Moçambique volta assim a estar em festa graças às meninas da bola-ao-cesto, que já conquistaram quatro taças africanas para o país. Desportivo (2007 e 2008), Académica (2001) e Maxaquene (1991). É caso para dizer que o básquete feminino vive momentos de pura “magia” e de muita alegria que ficarão indelevelmente marcados na memória de todos os moçambicanos.
FIRST BANK EM TERCEIRO E A QUEDA DO K.P.A E DJOLIBA
Nota de destaque para a vitória do First Bank (Nigéria) frente o ABC (Costa do Marfim), por 76-62, que lhe valeu o terceiro lugar.
Noutros desafios em que se registaram surpresas, o CSA (Costa do Marfim) venceu o Djoliba, por 57-55, tendo ocupado a quinta posição, enquanto o A.P.R (Ruanda) bateu o K.P.A (Quénia), por 67-50, e classificou-se em sétimo.
DUAS "ÁGUIAS" NO CINCO IDEAL
DUAS jogadoras do Desportivo, nomeadamente Deolinda Ngolela (base) e Yolanda Jones (poste) fazem parte do cinco ideal da prova. Esta é uma nomeação, que acaba sendo um prémio justo para as duas “alvi-negras.
Deolinda transportou o jogo como ninguém. Jogou e fez jogar, enquanto Yolanda Jones foi letal debaixo da tabela e teve um bom aproveitamento em todos os jogos.
Fazem parte desta lista Ekworomadu Joyce (First Bank), Maurícia Nassecela (1º de Agosto e Camara Fatoumata (A.B.C).
DEOLINDA NGOLELA, A MVP
NÃO foi à toa que a direcção do Desportivo se esforçou para trazer Deolinda Ngolela, que está ao serviço de uma formação universitária dos Estados Unidos da América. Entre os reforços foi a última a juntar-se à equipa um dia antes do arranque da prova e foi recebida entre muitos carinhos e abraços.
Deolinda que desempenha a posição de base com enorme mestria acabou sendo reconhecida como a jogadora mais valiosa da prova (MVP). A grande exibição nos últimos dois jogos frente o First Bank e 1º de Agosto terão convencido os júris que não hesitaram em atribuir-lhe o prémio.
O de melhor marcadora foi para Kouyate Kani (C.S.A) que atingiu a marca de 156 pontos, enquanto de ressaltadora foi para Juma Caroline (Eagle Wings) que obteve 76 roubos de bola. Maurícia Nassecela foi distinguida com o troféu de melhor triplista.
O prémio de equipa “Fair-Play” foi para o KPA.
PERCURSO DE UM CAMPEÃO
1ª JORNADA: Desportivo – Vita Club (85-41)
2ª JORNADA: Desportivo – CSA (92-57)
3ª JORNADA : APR – Desportivo (41-88)
4ª JORNADA : Desportivo – KCC (105-57)
5ª JORNADA: Desportivo – KPA (67-49)
QUARTOS-DE-FINAL: Desportivo-Djoliba (79-63)
MEIAS-FINAIS: Desportivo – First Bank (67-55)
FINAL: 1º de Agosto – Desportivo (70-63)
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