MAIS duas medalhas, uma de prata no atletismo, através de Emílio Manjaze, nos 110 metros barreiras (15.17 segundos), e outra na natação, estafetas 4x50 metros, das pequenas-grandes nadadoras Géssica Stagno, Jéssica Cossa, Raquel Lourenço e Faina Salete (2.2.11 metros), abrilhantaram a excelente participação de Moçambique neste III Maputo, Jogos da SADC (SCSA) que prosseguem hoje.
Já são no total sete medalhas na vitrina de Moçambique. Mas as duas de prata em basquetebol, garantidas pela presença das selecções masculina e feminina na final, poderão transformar-se em ouro depois dos jogos de logo noite.
VAMOS AO OURO MOÇAMBICANOS!
Hoje vai ser mesmo a doer. As selecções moçambicanas de basquetebol jogam uma cartada decisiva frente a Angola. Em disputa estão as medalhas de ouro. A primeira a entrar em acção será a de femininos, às 17.00 horas, para logo a seguir, às 19:00, evoluir a de masculinos. Os nossos olhos, tal como os dos angolanos, estão centrados nas medalhas mais preciosas, as de ouro, que tanto podem ficar connosco como com eles, porque estarão frente-a-frente as melhores selecções de basquetebol desta edição.
Em femininos, Moçambique, na qualidade de detentor do título, conquistado na Namíbia, na última edição, parte como favorito, até porque os próprios angolanos reconhecem o nosso favoritismo na final de hoje, a avaliar pelo desempenho das duas selecções até ao momento.
Moçambique, tal como Angola, somaram por vitórias todos os jogos realizados. Nalguns dos quais humilhando os seus opositores, ultrapassando a chapa 100, como aconteceu terça-feira em que os moçambicanos bateram a Namíbia, por 133-28, mesmo sem se empregarem a fundo.
A equipa moçambicana, finalmente estará na sua máxima força hoje com o regresso da poste Cecília Rodrigues, que se havia ausentado para exames escolares em Maputo, que vem juntar-se a um naipe de jogadoras já rodadas e bastante experientes, algumas das quais que conquistaram recentemente o Campeonato Africano de Clubes, em Nairobi (Quénia), pelo Desportivo de Maputo.
As angolanas muito bem sabem que se quiserem levar consigo o ouro vão ter que enfrentar muitos obstáculos, nomeadamente o esquema táctico de Simão Mataveia, a inteligência e a habilidade das jogadoras moçambicanas e o apoio incansável da delegação moçambicana, que já conquistou muitas simpatias nesta cidade maravilhosa de Potchefstroom, que dista a cerca de 200 quilómetros de Joanesburgo.
Já em masculinos, a missão será muito mais espinhosa do que se imagina. Os angolanos, como já os conhecemos, jogam o tudo por tudo para não perderem. Mas quanto a esse aspecto estamos todos atentos.
A dupla técnica constituída por Carlos Ferro e Delfim Baptista vai apostar nas pedras de que dispõe. Até porque nos últimos jogos tentou poupar os que acha que poderão ser mais valiosos para a luta por esta preciosa medalha que nos foge desde a primeira edição de Maputo, onde nos contentamos com a prata, e depois na Namíbia, na segunda edição, com o bronze, por culpa dos próprios atletas que no jogo de apuramento com a Zâmbia perderam infantilmente.
A lição está bem estudada para este jogo. Por aquilo que nos tem dado a observar, é que a equipa, mais do que nunca, está muito mais coesa do que antes. Em nenhum momento nos apercebemos de descontentamentos, mesmo por parte daqueles atletas que têm sido pouco utilizados e que podem desempenhar hoje um papel preponderante na manobra da equipa.
Aliás, há jogadores que mesmo pouco utilizados nos seus clubes em Maputo estão neste torneio a demonstrar qualidades ímpares como prova de que podem entrar para qualquer competição sem qualquer complexo. Todos estes factores bem conjugados podem contribuir para o sucesso de Moçambique neste torneio.
A verdade tem que ser dita: o pavilhão onde decorrerão os jogos da final não reúne condições. Primeiro porque o piso é muito escorregadio. Segundo porque só tem capacidade para cerca de 300 espectadores, o que significa que só as delegações dos dois países preenchem o espaço disponível.
Ontem foi mais um dia de repouso para o basquetebol e oxalá os atletas moçambicanos o tenham dedicado para uma reflexão profunda do que foi a prova até aqui e o que vai acontecer hoje na final contra Angola.
Almeida Samo, medalha de bronze
MEDALHA SURPRESA
Mais uma medalha caiu no saco dos moçambicanos. Ninguém a esperava, mas ela acabou aparecendo não sabemos se foi o Pai Natal que a trouxe, já que estamos nas vésperas do Natal. Estamos a falar do bronze no boxe. Almeida Samo, que, por sinal, havia tido a pior prestação moçambicana no boxe comparativamente aos irmãos Francisco e Gento Máquina, acabou sendo bafejado pela sorte, quando foi chamado ao pódio para receber a medalha de bronze que andava à deriva.
Almeida Samo foi o último a subir ao ringue (segunda-feira) depois das derrotas de Francisco e Gento. Diante dele estava um tswana que dá pelo nome de Arnold Tsele. Um pugilista pouco dotado tecnicamente, mas bastante aguerrido. Os socos começam a “chover” de todos os lados contra o moçambicano, numa tentativa de o deitar abaixo muito cedo. Almeida tentou reagir, mas não conseguiu contrapor e a dado momento, ainda no primeiro assalto, quando o resultado já estava em 10-1 (pontuação electrónica) o arbitro apercebeu-se das dificuldades de Almeida Samo e terminou o combate por incapacidade física.
Foi daqueles combates para esquecer. Mas no final, o pugilista moçambicano acusou uma lesão no ombro, tendo sido tratado pelos médicos afectos à competição. Felizmente a lesão não foi grave e como recompensa aí esta a medalha de bronze para Moçambique, atribuída ao atleta porque na sua divisão, a dos 69 kg, apenas estavam escritos três pugilistas e na qualidade de último acabou recebendo a prenda.
TÉNIS TERMINA EM QUARTO
A tarde de terça-feira foi bastante produtiva para a comitiva moçambicana, mas o ténis não conseguiu conquistar sequer uma medalha como era o desejo de todos os componentes desta delegação.
Em pares masculinos perdemos diante da forte dupla sul-africana no apuramento do terceiro classificado, que daria mais uma medalha de bronze a Moçambique.
A dupla de femininos ficou pelo caminho muito mais cedo, tal como aconteceu nas provas de singulares, onde nem sequer passamos da primeira eliminatória.
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