quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Jogos do Ensino Médio e Superior : UEM desqualificada no básquete masculino


A UNIVERSIDADE Eduardo Mondlane (UEM) viu reduzida a sua hegemonia em termos de representatividade nos Jogos do Ensino Médio e Superior, cuja terceira edição se realiza a partir de sábado na cidade de Tete. A universidade foi afastada no basquetebol masculino, o que acaba por favorecer a Universidade Pedagógica (UP), que venceu os “play-offs” para os quais aquela instituição se recusou a participar por considerá-los “fantasma”.

A UEM estará assim representada pelas modalidades de futebol de onze, voleibol masculino e feminino, uma vez considerado improcedente o seu recurso à decisão da Federação do Desporto para o Ensino Médio e Superior (FEDEMS) de submeter aos “play-offs” as quatro equipas primeiras classificadas do campeonato masculino de basquetebol, que acabou sendo disputado numa única volta, devido ao escasso tempo que nos separa dos Jogos de Tete.

A realização de exames finais previstos nos calendários escolares acabaram influenciando no não cumprimento do programa competitivo inicialmente previsto, razão pela qual a organização optou pelos “play-offs”, que a UEM, vencedora do campeonato, protestou.

A organização do evento, a nível da cidade de Maputo, efectuou provas de qualificação nas diversas modalidades seleccionadas, nomeadamente futebol de onze e de cinco, vulgo futsal, basquetebol masculino e feminino, atletismo, voleibol masculino e feminino. A UEM conseguiu apurar-se com maior número de disciplinas desportivas, designadamente futebol de onze masculino, voleibol masculino e feminino. Por seu turno, a Universidade São Tomás apurou-se em futsal, a UP qualificou-se em basquetebol masculino e a APolitécnica em basquetebol feminino. Nenhuma das universidades movimenta o atletismo, daí que a organização tenha decidido constitur uma selecção representativa da cidade de Maputo.

Aliás, o protesto da UEM surgiu depois de a organização, vendo-se sem espaço para a realização da segunda volta na fase de apuramento em basquetebol masculino, ter optado pela realização de “play-offs”, facto que Cremildo Gonçalves, do departamento desportivo daquela instituição de Ensino Superior, considera um atropelo ao regulamento segundo o qual só há “play-offs” quando existirem duas séries a disputarem uma dada prova.

Neste caso concreto, apenas foi uma única série a disputar a qualificação e, não havendo espaço para a segunda volta, o regulamento defende que se apura o vencedor do grupo”, frisou, acrescentando que “a UEM, ao apresentar o protesto, aguardou pela resposta, mas ficou surpreendida quando soube da realização dos play- offs no sábado e domingo, aos quais lhe foi aplicada falta de comparência”, lamentou.

O adversário da UEM seria a UP, que venceu o ISCTEM na final realizada domingo. Para chegar à final, o ISCTEM eliminou a Universidade São Tomás.

Cremildo Gonçalves contou que a UEM recebeu uma carta na segunda-feira a referir que foi afastada em basquetebol masculino.

A fonte questiona como seria possível a realização de “playoffs” perante um protesto que nem sequer teve resposta.

PLAY-OFFS” FORAM CONSENSUAIS


O VICE-presidente da FEDEMS, Johane Zonjo, esclareceu que a decisão da realização dos “play-offs” foi consensual e que foi tomada num encontro em que a UEM esteve representada, tendo igualmente acordado com a deliberação.

Zonjo disse que a UEM só se opôs à decisão depois dessa reunião, alegando questões técnicas do regulamento.

“Ao aparecer publicamente na Imprensa a dizer que não participaria nos ‘play-offs’ a UEM quis, criar pressão à organização para recuar da decisão da realização dos ‘play-offs’”, acusou, adicionando que, por motivos organizacionais, a organização necessitou de suspender algumas regras, das quais acabaram beneficiando a própria UEM.

Por exemplo, a própria UEM não inscreveu as suas equipas para a disputa da qualificação e jogou sem terem pago as respectivas taxas de inscrição. Este é um dos requisitos que deve ser observado e que sem a sua observância as equipas podem ser excluídas. Mas não o fizemos”, explicou Johane Zonjo.

  • Salvador Nhantumbo

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