quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

CAN-2010 - Hassan promovido a figura nacional



TINHA apenas 23 anos quando se estreou no CAN com a camisola do Egipto. Ahmed Hassan era jovem e acabava de despontar no Ismaily, clube mais representativo da região junto ao Sinai. Vinha de Aswan, bem lá no sul, para onde se mudara com a família e sonhava vir um dia a ser um famoso jogador de futebol.

Passaram 11 anos e os dois golos que marcou aos Camarões, no jogo dos quartos-de-final que o tornou o africano mais internacional de sempre - 170 vezes -, foi mais um momento alto de uma carreira com algum sucesso. Quase a dizer adeus ao futebol, o que pode acontecer no próximo ano, Hassan já garantiu o lugar na história desportiva do país.

Estreou-se no Burkina Faso, em 1998, e marcou um dos golos com que o seu país derrotou a África do Sul na final, arrecadando o troféu. Viria, entretanto, a conquistar mais dois, num total de seis participações na mais importante prova continental e, em 2006, também o troféu de melhor jogador do torneio.

As exibições valeram-lhe uma transferência para a Turquia, onde alinhou durante vários anos, com passagem de duas épocas pelo Besiktas, onde apontou 30 golos, mesmo sendo um médio-ofensivo. Transferiu-se depois para o Anderlecht, mas foi já no Al Ahly, com Manuel José, em 2008, que participou no Mundial de Clubes, ficando em terceiro lugar.

VERDADEIRO HERÓI

Ahmed Hassan tem o mesmo nome do presidente que antecedeu Saddam Hussein no Iraque e o apelido igual a Hossam, o melhor futebolista egípcio de todos os tempos. Com o político não tem outras afinidades conhecidas, mas do craque herdou a braçadeira de capitão e muito talento.

Nasceu em Marghagha, humilde cidade da província de Mynia, 250 quilómetros a sul do Cairo e é por isso que o consideram hoje o orgulho do Alto Egito.

Uma região pobre, que tem a agricultura e a pecuária como principais actividades e que recorre à indústria dos sabonetes e dos perfumes como maior incentivo à economia local. Hassan ainda não decidiu o que vai fazer quando terminar a carreira. Por enquanto, prefere aproveitar o ano e meio que ainda tem pela frente no futebol.

Sem comentários: