terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CAN ANGOLA-2010: Mais de metade joga na Europa


MAIS de metade dos jogadores que disputam a Taça das Nações Africanas (CAN) 2010 compete na Europa, desfalcando inúmeras equipas este mês. O Chelsea é o principal prejudicado, pois cede Didier Drogba e Salomon Kalou (Costa do Marfim), Michael Essien (Gana) e Obi Mikel (Nigéria).

Dos 368 jogadores convocados pelas 16 selecções finalistas - cada seleccionador dispõe de 23 opções - 208 estão vinculados a clubes europeus, distribuídos por 28 países: em Portugal alinham nove futebolistas.

O campeão espanhol, europeu e mundial Barcelona não conta com os influentes médios Seydou Keita (Mali) e Yaya Touré (Costa do Marfim), mas o técnico Josep Guardiola já anunciou que não pretende reforços, preferindo dar uma oportunidade a atletas da "cantera".

Na planificação da época, as grandes equipas europeias já têm em conta os anos em que há competições da envergadura da Taça das Nações Africanas, pois perdem os seus internacionais por um período raramente inferior a um mês.

O eventual sub-rendimento com o receio de contrair lesões antes do CAN, os diferentes métodos de trabalho na selecção e o desgaste após a prova são alguns dos factores que fazem com que as grandes equipas avaliem ainda mais meticulosamente os investimentos em atletas do continente negro - ainda por cima, o calendário desta época é sobrecarregado com o Mundial-2010.

Real Madrid (Mahamadou Diarra, Mali), Inter (Samuel Eto'o, Camarões), Juventus (Mahamed Sissoko, Mali), AC Milan (Dominic Adiyiah, Gana) e Lyon (Jean Makoun, Camarões) são outros "grandes" penalizados com o CAN, independentemente da alegada valorização dos seus activos.

A França (67) é claramente o principal destino da emigração dos africanos, seguindo-se a Inglaterra (26), Alemanha (21), Espanha (12) e Portugal (9), com mais um atleta do que em Itália (8).

Os campeonatos de Israel, Rússia e Turquia contam com sete africanos, Holanda e Suíça (6), Chipre e Roménia (4), Bélgica, Escócia, Moldávia e Suécia (3) e Noruega (2), enquanto Azerbeijão, Arménia, Áustria, Bulgária, Grécia, Hungria, Macedónia, República da Irlanda, República Checa e Ucrânia têm apenas um representante.

Entre as selecções, destaque para os Camarões e Nigéria em que a totalidade dos convocados alinha na Europa, enquanto na Costa do Marfim apenas um atleta compete em casa.

Do lado oposto estão Egipto e Malawi com apenas dois emigrantes, enquanto Moçambique tem quatro, Tunísia seis, Zâmbia sete e Angola oito.

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