terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CAN deixou de falar português



O CAMPEONATO Africano das Nações de Futebol (CAN) deixou de ter países falantes da língua portuguesa após a eliminação domingo de Angola diante do Gana (0-1) em desafio dos quartos-de-final.

Depois da queda de Moçambique, ainda na fase de grupos, todos os olhares dos PALOP’s estavam virados para as “Palancas Negras”. Mas, mesmo a jogar em casa, perante mais de 50 mil adeptos, a selecção angolana não conseguiu superar as “Estrelas Negras” que por intermédio de Gyan Asamoah fez o golo que desfez o sonho angolano de chegar pela primeira vez às meias-finais.

A prestação de Moçambique e de Angola acabou por não fugir àquilo que se vem observando em anteriores edições, embora as expectativas fossem optimistas e faziam acreditar num registo histórico destes dois países irmãos, ligados pela mesma língua e cultura. Pretendia-se que jovens como Dominguez e Mexer (Moçambique); Manucho e Djalma.

(Angola) jogassem mais minutos e marcassem de forma indelével o CAN-2010. No entanto, não conseguiram impor toda a sua qualidade e deixaram o CAN com a mesma modéstia que ficaram pelo caminho os beninenses. Estes jogadores viram fugir por entre os dedos uma oportunidade de exibirem todo o seu talento naquela que é a maior montra futebolística em África.

O verbo “tentar” voltou a ser a nota dominante no seio dos “portugueses”, o que contrasta com a habitual rigorosidade das selecções francófonas: a firmeza da Argélia ante a poderosa Costa do Marfim é um exemplo elucidativo.

Neste momento nada resta aos moçambicanos e angolanos que não seja arregaçar as mangas, continuar a trabalhar mais seriamente para corrigir os erros cometidos e criar um grupo cada vez mais maduro e unido para que 2012 seja o ano da viragem.
Quem se pode dizer que protagonizou uma viragem ou revolução no CAN foi a Argélia que garantiu a presença nas meias-finais, ao vencer a Costa do Marfim, por 3-2, após prolongamento. Bouazza apontou o golo decisivo, ao minuto 93, e foi o responsável pelo afastamento da selecção dos galácticos.

Didier Drogba, Salomon Kalou, Koule Touré, Yaya Touré e o capitão Zokora são alguns dos marfinenses galácticos que disseram adeus á prova. Foi um adeus prematuro na medida em que nada fazia prever que a Costa do Marfim baqueasse diante duma Argélia que tinha sido goleada, na estreia, pelo Malawi (0-3).

Mas na noite de domingo, os argelinos apareceram completamente transfigurados e afastaram aquela que era para muitos o principal candidato ao título. Tal como no Gana em 2008, os marfinenses voltaram a defraudar numa fase crucial e com isso a tal geração de ouro vai perdendo a oportunidade de conquistar um titulo africano, uma vez que o Mundial parece ser algo intangível, apesar dos críticos apontarem esta selecção como a única africana capaz de batalhar para conquistar o mais cobiçado troféu do planeta. Mas depois do “desaire” precoce a cotação terá baixado em demasia.


RESULTADOS DE ONTEM

QUARTOS-DE-FINAL

Egipto-Camarões (3-1)

Zâmbia-Nigéria (4-5, nas grandes penalidades)

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