quarta-feira, 29 de abril de 2009

Boxe : Exército sem comando

FOI triste, mas muito triste o que se assistiu na Praça de Touros no final da Taça Maputo em Boxe. Decorria um combate entre os pugilistas do Matchedje e do Ferroviário. Os ânimos exacerbaram-se cá do lado de fora, porque efectivamente o combate estava bastante equilibrado

Combate entre os pugilistas do Matchedje e do Ferroviário.   (S. Costa)
No final da peleja, a mesa de júri anunciou, depois de uma concertação com o juiz principal que estava no ringue, a vitória do pugilista do Ferroviário. Os militares que normalmente acompanham a sua equipa aos jogos abandonaram as bancadas e atiraram-se em grande velocidade para cima do ringue. Um deles que portava uma chave de fendas enorme golpeou com uma combinação de rectas o árbitro que ficou maltratado na face com inchaços num dos olhos.

A confusão instalou-se. Alguns pugilistas inclusivamente foram também ao encalce do árbitro, enquanto outros tentavam amainar os ânimos, onde havia pistolas à mistura numa autêntica batalha campal que só não deu em mortes porque houve bom senso por parte de algumas pessoas que compreendem que o boxe é um jogo igual a tantos outros e no qual têm que haver um vencedor e um vencido.

Viveu-se um momento bastante triste para a criançada e a juventude que lá se tinha deslocado para apoiar os seus ídolos e quem sabe, seguirem as suas peugadas.

Alguém tem que tomar medidas contra os militares que aparecem armados nos recintos de jogos e com alguns sintomas de álcool à mistura. O Matchedje tem que ter em conta este aspecto. O ministro da Defesa tem que tomar medidas contra estes militares que não servem de exemplo para as nossas Forças Armadas e principalmente para a nossa juventude. E se algum militar se acha com força para atacar os outros, incluindo civis, que suba ao ringue, porque é lá onde se resolvem as coisas.

Aliás, o árbitro saiu do recinto de jogos protegido pelos seus colegas, quando ainda esses militares ainda distribuíam murros e pontapés a alguns civis que se encontravam nas proximidades a tomarem o seu copito de ordem num final de domingo a pensarem numa nova jornada na segunda-feira.

Tem que haver medidas drásticas contra essas pessoas, que estão bem identificadas. Aos superiores das Forças Armadas aqui fica o apelo: que as pessoas sejam responsabilizadas pelos seus actos porque o desporto é, se não sabiam os militares, uma actividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição entre praticantes.

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