FOI sem sombra de dúvidas uma excelente propaganda de futsal que se assistiu na noite de sexta-feira entre o Desportivo e a Liga Muçulmana a contar para a final do Torneio da Abertura com os muçulmanos a vencerem, por 1-0, e a erguerem o “canecão”
O Desportivo foi sempre a equipa mais perigosa ao longo do jogo, mas pecava na finalização, umas vezes errava o alvo, outras por mérito do guarda-redes Bruno que realizou uma grande exibição frente à sua ex-equipa. A forma como os “alvi-negros” iam desperdiçando oportunidades de gizar a baliza contrária começava a ganhar contornos preocupantes e já havia algumas vozes na bancada que sussurravam o velho e sábio ditado “Quem não marca sofre”.
O facto de os comandados de Inácio Sambo estarem a desperdiçar claras oportunidades de inaugurar o marcador era de alguma forma uma situação surpreendente já que haviam demonstrado nos quatro embates anteriores estarem de pontaria afinada, por via disso partiam para este despique com a marca invejável de 17 golos marcados e zero sofridos.
Todavia, houve uma nota mais saliente na avaliação da contenda. “A força da eficácia”. Foi este aspecto que ditou a vitória dos muçulmanos. Na primeira parte do prolongamento após um empate a zero no período regulamentar, o avançado Óscar, cá do meio da rua, desferiu um remate colocado que só parou no fundo da baliza da turma “alvi-negra”. A Liga passava assim para a frente do marcador. Uma vantagem preciosa que soube gerir, embora o Desportivo tenha criado situações claras de golo para empatar o jogo e quiçá “arrastar” a decisão para a lotaria dos penaltes.
O final do jogo foi marcado por situações desagradáveis com os adeptos da Liga Muçulmana a invadirem o rectângulo do jogo para agredirem o árbitro ao invés de se preocuparem em parabenizar os jogadores que tinham acabado de conquistar o troféu.
Viveu-se uma situação de total desconforto que só não ganhou contornos mais repugnantes graças à intervenção dos jogadores da própria Liga Muçulmana e do Desportivo que trataram de acalmar os ânimos exaltados dos adeptos que no decorrer do encontro já vinham demonstrando sinais de algum desagrado contra as decisões do homem do apito, que até soube controlar uma partida que é sempre difícil de ajuizar devido à rivalidade existente entre ambas as equipas.
Mas seja qual for o erro que o árbitro tenha cometido, a atitude dos adeptos da Liga Muçulmana é inteiramente condenável, pois nunca a violência ajudou a melhorar prestação dos árbitros e muito menos serviu para resolução de alguma coisa em prol do desporto, em particular do futsal.
Importa referir que a reacção dos adeptos da Liga Muçulmana foi inesperada visto que se pensava que na condição de vencedores a irritação para com o árbitro iria dar lugar a um momento de alegria e de festa, o que realmente seria mais elegante. O certo porém, é que a fúria dos adeptos da Liga foi mais forte e “manchou” uma partida que até teve o privilégio de ser televisionada pela Televisão Independente de Moçambique (TIM) o que permitiu que milhares de pessoas pudessem assistir.
No rescaldo destas escaramuças há uma pergunta que fica no “ar”: “E se a Liga Muçulmana tivesse perdido o que teria acontecido? Talvez o árbitro não saísse vivo!
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