segunda-feira, 20 de abril de 2009

MOÇAMBOLA-2009 - Atlético Muçulmano, 0-Ferroviário, 0 : Sem arte nem engenho

VIVEU-SE uma tarde cinzenta, ontem, no ex-campo do Maxaquene. Não porque estivesse mau tempo, pois o céu até se apresentava limpo, a temperatura fresca e a relva bem cortadinha.

Destes poucos saiem
Estavam, portanto, reunidas as condições para que se assistisse a uma boa partida de futebol. Porém, enganaram-se redondamente os que assim pensaram, porque nem os mais pessimistas podiam acreditar que “muçulmanos” e “locomotivas” pudessem proporcionar uma propaganda de futebol tão amarga.

Os guarda-redes foram praticamente meros espectadores, pois foram muito poucas as vezes em que se viram obrigados a intervir. O índice de passes falhados foi assustador. Bola para cá, bola para lá e ninguém acertava um passe.

Nem Danito Parruque, nem Momed Hagy e Maurício, jogadores de admiráveis atributos técnicos, escapavam à gritante falta de inspiração que se fazia notar em quase todos os artistas. Quase porque havia um que procurava remar contra a maré. Trata-se de Madeira, um jovem avançado do Atlético que ganhou claramente no duelo com Jotamo, faltando-lhe, no entanto, o apoio para dar prosseguimento às suas boas iniciativas.

Com as jogadas a não saírem, já que o desacerto em todos os capítulos era evidente, foi numa situação de bola parada que surgiu o primeiro lance de perigo, na sequência de um livre directo bem cobrado pelo “especialista” Maurício, à passagem dos 15 minutos. Viveu-se, então, um momento de alguma emoção e raro, se se atender que a bola andava muito longe das balizas. Reflexo disso, é que foi preciso esperar pelo minuto 45 para se voltar a assistir a um lance de apuro junto a uma das balizas. Madeira, que era a unidade mais esclarecida em campo, falha o golo de forma clamorosa, já sem o “keeper” Pinto que estava fora da jogada.

Foi a melhor oportunidade de golo de todo o encontro, visto que, na segunda parte, a toada do jogo se manteve, com ambos os conjuntos a denotarem falta de clarividência na construção do seu jogo ofensivo. Nem o facto de Paulo Camargo ter feito entrar Nadjuko e Whisky para os lugares de Maurício e Tchaka alterou a maneira de actuar do Ferroviário.

No final do jogo, a fúria dos adeptos “locomotivas” foi tal que os levou a perfilarem junto ao banco, para mostrarem o seu desagrado em relação ao “mister”, acusado de não estar a pôr a equipa a jogar futebol.

Arriscaríamos a dizer que o melhor em campo acabou por ser o árbitro Samuel Chirindza, visto que esteve muito bem no ajuizamento dos lances, sobretudo a nível disciplinar.

FICHA TÉCNICA

Árbitro: Samuel Chirindza, auxiliado por Júlio Muianga e Gimo Patrício. Quarto árbitro: Aníbal Armando.

ATLÉTICO MUÇULMANO - Sidónio; Clarêncio, Baúte, Amad e Nelito; Délcio, Sumaila (Danito Nhampossa), Ngony (Mouka) e Dino (Manuelito); Eboh e Madeira.

FER. MAPUTO - Lamá; Tony, Jotamo, Butana (Joca) e Fred; Momed Hagy, Maurício (Nadjuko), Danito Parruque e Tchaka (Whisky); Luís e Jerry.

Acção disciplinar: cartão amarelo para Clarêncio, Madeira, Sumaila e Ngony.

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