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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
CAN ANGOLA-2010: Moçambique, 2-Benin, 2 - Gonçalves fez renascer esperanças
CONFESSAMOS que, devido à ausência de agressividade patenteada pela equipa no primeiro quarto de hora, chegamos a ter indisfarçáveis saudades da forma aguerrida de jogar de Dário Monteiro.
Estava claro que a retaguarda beninense tinha muitas lacunas susceptíveis de serem exploradas, porém, via-se que faltava uma unidade à altura de brigar como se impunha. Aí, dissemos para os nossos botões: Dário Monteiro. Só que não perdemos rigorosamente nada por esperar para ver e acreditar, pois, embora os “Mambas” estivessem a perder por impensáveis 2-0 – pelo menos até aquele momento – Gonçalves, bem ao seu estilo de pouca visibilidade, vestiu o fato-macaco e entrou em cena, a par do sempre destemido Miro, de Dominguez com o seu malabarismo, de um Tico-Tico que assumiu o papel de verdadeiro maestro da banda, enfim, de um time que, quando foi chamado a mostrar-se, deslumbrou.
Entretanto, como sói dizer-se, os erros pagam-se caro e na alta competição aquele tipo de erros é imperdoável. Primeiro, foi a grande penalidade desnecessariamente cometida por Kampango, a permitir que o Benin se adiantasse no marcador, por intermédio de Omotoyossi. Depois, uma falha de marcação da defesa, abrindo brecha para Sessegnon elevar a contagem. Sinceramente, até àquela altura os “Esquilos” nada haviam feito que justificasse um resultado desnivelado, mas também, convenhamos, os moçambicanos tinham sido de uma ingenuidade gritante, sem um ritmo de jogo visível e nem tão pouco lances construídos a preceito, daí os malfadados golos beninenses fazerem uma diferença mais consentida do que construída.
Mesmo assim, veio, paulatinamente, a mudança. Uma mudança que resultou de uma pressão bastante forte sobre o meio terreno adversário, com o esférico bem controlado e a circular a toda a largura do terreno.
Desta forma começaram a surgir os cruzamentos para a área de Djidonou e as tremedeiras evidenciadas juntamente com os seus pares. Como corolário dessa situação, veio o golo de Miro, aos 29 minutos, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto por si provocado. A bola foi metida entre um cacho de jogadores, o guarda-redes beninense saiu dos postes, socou para ali perto e Miro, pleno de oportunidade, atirou a contar.
Nas bancadas, toda a gente ia acreditando que os moçambicanos, com aquele seu ritmo rejuvenescido, podiam perfeitamente virar os acontecimentos.
A segunda parte foi interpretada de modo a conseguir-se esse desiderato. Mesmo com alguma resposta do adversário, os “Mambas” eram donos e senhores do jogo. Tudo lhes saía a contento, sobretudo no que toca às desmarcações, vezes sem conta a surpreender os beninenses pela rapidez nos flancos, através de Campira, Genito, Paíto e Miro, enquanto Tico-Tico vinha buscar o esférico cá atrás para organizar o jogo, Dominguez se encarregava da marrabenta e Gonçalves – que aos 53 minutos fez o 2-2 – obrigava a defesa do Benin a um permanente estado de alerta.
O tempo foi escasseando para alcançar o triunfo, que a qualquer momento cheirava, e Mart Nooij ainda foi a tempo de estrear, aos 22 anos, o jovem “tricolor” Hélder Pelembe nas finais do Campeonato Africano das Nações.
O juiz da partida foi correcto e justo nas suas decisões.
FICHA DO JOGO
Árbitro: Khalid Abdel Rahman (Sudão). Assistentes: Celestin Ntagungira (Ruanda) e Ayuba Haruna (Gana). Quarto árbitro: Eddy Maillet (Seychelles).
MOÇAMBIQUE – Kampango; Campira, Dário Khan, Mexer e Paíto; Simão, Dominguez, Genito (Momed Hagy, (81 m) e Miro; Tico-Tico (Danito Parruque, 91 m) e Gonçalves (Hélder Pelembe, 75 m)
BENIN – Djidonou; Singbo (Imorou, 62 m), Chrysostome, Adenon e Boco; Ahoueya (Koukou, 56 m), Tchomogo, Sessegnon e Pote; Ogunbiyi (Kobena, 82) e Omotoyossi.
Acção disciplinar: cartão amarelo para Kampango (14 m), Ahoueya (42 m), Tico-Tico (52 m), Mexer (58 m) e Adenon (61 m).
Golos: 0-1, Omotoyossi (15 m), na transformação de uma grande penalidade; 0-2, Sessegnon (21 m); 1-2, Miro (29 m); 2-2, Gonçalves (53 m)
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