quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

FMF apresenta proposta de novo contrato a Mart Nooij



A FMF está a negociar com o agente do técnico holandês e, segundo António Chambal, Mart Nooij mostrou-se disponível em continuar a orientar a selecção nacional de futebol.

Mart Nooij poderá continuar no comando técnico dos Mambas, mesmo depois do Campeonato Africano das Nações (CAN-2010), período em que termina o contrato por objectivo, assinado entre o holandês e a Federação Moçambicana de Futebol, em 2007.

É que, numa altura em que os Mambas se preparam para o CAN-2010, a FMF avançou com uma proposta de um novo contrato de trabalho ao seleccionador nacional, na perspectiva do mesmo coordenar e supervisionar ainda as camadas de formação, de modo a que haja um trabalho de continuidade na selecção nacional.

“Nós não podemos pensar que os Mambas vão manter o meu status-selecção melhor classificada no ranking da FIFA ao nível da África Austral e uma das 16 melhores de África- sem uma base séria ao nível da formação”, disse António Chambal, vice-presidente da Federação Moçambicana de Futetebol para Área da Alta Competição. Daí que os homens do prédio Fonte Azul querem aproveitar o know how do técnico holandês para transmitir às selecções nacionais sub-17, sub-20 e sub-23.

NEGOCIAÇÕES DECORREM A CONTENTO

Chambal revelou, por outro lado, que a FMF está a trabalhar para encontrar um financiador para assegurar a permanência do holandês. “Ele (Mart Nooij) tinha um contrato com dois objectivos que consistiam em Moçambique qualificar-se para o Mundial e, consequentemente, para o CAN. Este contrato terminaria em Julho de 2010. Mas, Nooij apenas conseguiu levar o nosso país ao CAN, pelo que o seu contrato termina no final desta prova”, começou por dizer Chambal.

O vice-presidente da FMF acresceu que “tendo em conta a sua prestação nos últimos anos, estamos em conversações no sentido de vermos a viabilidade de continuarmos com ele. Tudo depende dele”, referiu a nossa fonte.

Por outro lado, asseverou que, pelo rumo das conversações, “tudo indica que Nooij também está interessado. O resto é acertar as condições para chegarmos a um consenso. Há reciprocidade nas correspondências que temos trocado. Estamos, por outro lado, a negociar com o seu agente. É preciso que fique claro, será um novo contrato e não renovação. O objectivo é diferente”, esclareceu.

Mais adiante, Chambal recordou que quando o técnico holandês veio a Moçambique no âmbito da cooperação entre os dois países tinha indicações claras para trabalhar nas camadas de formação: “Mas, porque na altura estávamos sem treinador, convencemó-lo a assinar um contrato individual para trabalhar na selecção principal. Foi o que aconteceu. E, nesse contrato, havia uma cláusula que dizia que ele devia coordenar as camadas de formação. No entanto, a excelente campanha dos Mambas nas eliminatórias distraiu-nos.

Portanto, queremos rentabilizar o investimento, porque é importante que o seu know how seja aproveitado para mantermos a filosofia da escola holandesa”, explicou o nosso entrevistado. Actualmente, Nooij aufere um salário de 15 mil dólares norte-americanos, valor pago pelo Ministério da Juventude e Desportos, através dos seus parceiros do projecto FUT-21.

Questionado se a eventual contratação não implicaria um desembolso adicional, o dirigente da FMF respondeu nos seguintes termos: “ Não podemos olhar as coisas neste sentido. Até porque no contrato que assinámos com ele em 2007 já existia uma cláusula que diz que ele deve supervisionar as camadas de formação”.

2010: UM ANO COM POUCAS ACTIVIDADES

Em 2010, os Mambas vão entrar em cena em Março para as eliminatórias para o CAN interno e, no final do ano, na primeira fase de apuramento para o Campeonato Africano das Nações de 2012. Portanto, é um ano em que os Mambas não vão estar muito tempo em acção nas provas africanas. “É preciso que nos tempos em que o Mart Nooij não está a trabalhar com a selecção troque experiências com outros treinadores. Se, por exemplo, contratamos alguém para trabalhar por um período de 12 meses, é preciso que trabalhe durante este período, mas, claro, respeitando-se as suas férias.

Não pôde trabalhar um mês!”, referiu. Em Novembro do ano passado, a Federação Moçambicana de Futebol apresentou um treinador alemão que vai trabalhar com os escalões de formação. Chambal, com a voz embargada, esclareceu que o mesmo “vai simplesmente trabalhar na pesquisa de talentos nos jogos escolares, Bebec, entre outros certames das selecções nacionais”.

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