terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O ANO de 2009 foi, uma vez mais, um daqueles que tão cedo os simpatizantes do Desportivo, em particular de futsal, não esquecerão. Venceu tudo que hav


O ANO de 2009 foi, uma vez mais, um daqueles que tão cedo os simpatizantes do Desportivo, em particular de futsal, não esquecerão. Venceu tudo que havia: Supertaça, Campeonato da Cidade, Taça Maputo e 25 de Junho.

Não dando quaisquer chances aos seus adversários, até a Liga Muçulmana que nos outros anos se batia de igual para igual, não teve esta época pernas para suster uma “águia” que sempre andou endiabrada, à solta, jogando a seu bel-prazer. Em cerca 50 jogos realizados, não perdeu nenhum tendo apenas empatado duas vezes, ambas diante da Liga Muçulmana, seu arqui-rival. Por estas razões, o balanço feito por Inácio Sambo, treinador dos “alvi-negros” é positivo, embora lamente a não realização do Campeonato Nacional devido ao número insuficiente de associações inscritas. O técnico afirma ter ficado sem a possibilidade de conquistar o troféu mais cobiçado do país e fechar o 2009 com a chave de ouro.

Estes e outros assuntos foram abordados por Inácio Sambo numa entrevista concedida ao “Notícias” na hora de fazer o balanço do desenrolar da época.

Notícias (Not) – Depois de um ano de 2009 de êxitos para o Desportivo Maputo, no campeonato da cidade de Maputo. Que balanço faz da época?

Inácio Sambo (IS) – O balanço é claramente positivo, se atendermos que ganhámos todas as provas importantes da cidade (Supertaça, Campeonato e Taça Maputo), entre outras. Porém, faltou ao Desportivo fechar a época com um Campeonato Nacional, onde iria medir forças com os campeões de todas as províncias. Penso que a não realização do “Nacional” foi a única mancha num ano em que acabamos cumprindo com os nossos objectivos.

Not - Qual é o segredo para tanto sucesso?

IS - O segredo foi muito trabalho, grupo unido, humilde, muito respeito para com os adversários e muita dedicação ao trabalho. A estes condimentos associam-se a excelente qualidade humana e técnica de cada elemento do grupo.

Not - Apesar de ter sido cem por cento vitorioso, certamente que teve algumas dificuldades para se posicionar em primeiro lugar em todas as provas. Qual foi o adversário mais difícil nesta sua caminhada triunfal?

I.S – Hoje já não há adversários fáceis. Todos são complicados. Mas posso destacar o Al Mahid, a Liga Muçulmana, Benfica, Mahafil e Académica, num campeonato de nove equipas. Como se pode depreender foram quase todos. O campeonato foi muito equilibrado e praticamente terá sido melhor que o do ano passado, em termos competitivos.

Not – O Desportivo deste ano foi melhor que o de 2008?

I.S - Ao Desportivo do ano passado faltou-lhe um pouco de qualidade técnica, mas este ano corrigimos essa situação. Entraram alguns jogadores com boa técnica e conseguimos aliar essa vertente à componente colectiva, que é realmente o nosso forte. Tivemos um grupo mais forte, que soube abordar melhor os jogos, facilitando assim todo o trabalho de toda temporada.

Not – A quem dedica estes todos títulos?

IS - Dedico este sucesso à minha esposa (Amina), que esteve sempre do meu lado nos momentos complicados do campeonato, sobretudo quando perco. Dedico também aos meus filhos, sem deixar de lado a minha mãe, que é minha fã incondicional. De uma forma geral, à direcção do clube e aos próprios atletas, porque sem eles não teria sido possível este sucesso.

PARABÉNS AFCM

Not – Que avaliação faz da organização das provas realizadas este ano sob a égide da Associação de Futebol da Cidade de Maputo?

IS - Em 2009, a associação organizou e realizou todas as provas de futsal programadas para este ano e terminaram nas datas previstas. Por essa razão, a organização dos eventos esteve em cima dos acontecimentos. Por isso, quero parabenizar a direcção da AFCM pelo excelente profissionalismo.

FALTA DO “NACIONAL” MANCHA 2009

Not – Há alguma prova que o Desportivo tem em vista participar para fechar a época se se atender que não há Campeonato Nacional?

I.S – Contávamos com um torneio interprovincial organizado pela federação, que seria para premiar as associações que enviaram os boletins a tempo para homologação, no caso seriam a de Maputo e de Sofala. Mas, pelo que sei, só vai se disputar a nível de futebol feminino, na cidade de Quelimane. Não se entende esta medida, se as razões de cancelamento dos “Nacionais” são as mesmas. Esta é uma situação que mancha a época do futsal. Penso que no mínimo podiam organizar um “Interprovincial” para as equipas de futsal já inscritas.

QUEREM MATAR O FUTSAL

Not – O que é que diz o regulamento das competições, sobre a validação dos campeonatos nacionais?

IS – A lei ou o seu regulamento estabelece que só se pode considerar um campeonato nacional quando estiverem inscritas mais de cinco ou seis equipas. A ter que se cumprir à risca este regulamento, qualquer dia teremos um Moçambola inviabilizado, por força deste dispositivo legal. Senão vejamos: se a Académica e Ferroviário de Lichinga tivessem ganho a Poule de Apuramento. Se o Chingale tivesse conseguido a manutenção teríamos quatro províncias no Moçambola: Maputo, Sofala, Tete e Niassa. Logo, à luz da lei, não haveria “Nacional” de Futebol. E quanto ao futsal é fácil porque somos pequeninos e sem dono, já que a Comissão Nacional nada faz para defender a modalidade.

Proponho uma reflexão séria sobre a manutenção deste dispositivo, pois muitas modalidades poderão desaparecer devido à não existência de campeonatos nacionais. No entanto, a não realização do “Nacional”, peço para verem este mês, na cidade de Quelimane, o que terá impedido a FMF de realizar o “Interprovincial”, tal como o fará para os femininos, aos olhos da Comissão Nacional de Futsal, era suposto defender a modalidade. Não se explica que a comissão, logo no segundo ano não realize um “Nacional”. Querem matar futsal. Por isso, faço apelo à toda a família de futsal no país, para se unir cada vez mais e, assim, acredito que vamos conseguir dar à volta ao texto.

IVO TAVARES

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