terça-feira, 18 de novembro de 2008

MOÇAMBOLA-2008 - Brutalidade desnecessária!


OS agentes da Polícia escalados para garantir a segurança, tranquilidade e ordem pública no Estádio da Machava acabaram sendo os promotores de arruaça e desordem no final da partida entre o Ferroviário de Maputo e Costa do Sol, ao espancarem, de forma bárbara, um adepto do Ferroviário de Maputo, sem que para tal se justificasse.


É que, tal como acontece em todos os palcos de futebol quando se trata de uma final, os adeptos da equipa vencedora dirigem-se ao centro do terreno e celebram a conquista do título com os seus jogadores, ídolos e heróis.

A forma com que os agentes da Polícia violentaram o adepto do Ferroviário, por sinal muito bem identificado, porque trajado de vestes e motivos do clube, de cima a baixo, não tem memória no nosso desporto. Vai daí que se chegou ao ponto de se confundir a atitude daqueles polícias com a de um grupo de bandoleiros à cata de vítimas para descarregar sobre elas a sua força brutal.

Mesmo com a reprovação do público, os agentes não acatavam e parecia que quanto mais a plateia pedia para que parassem de espancar o adepto mais ânimo eles ganhavam.

Estranhamente, todo este triste filme desenrolava-se ante o olhar passivo dos representantes do Governo.

Feitas as contas ao alto, dá em mais de 10 o número de agentes que, de forma ímpia e brutal, vibrava cacetadas, pontapés, coronhadas de armas e bofetadas contra o indefeso adepto, ao mesmo tempo que o arrastavam, já inconsciente e algemado, de uma extremidade à outra dentro das “quatro linhas”, como se de um perigoso cadastrado se tratasse. Transformando o recinto de jogos do Estádio da Machava numa arena de gladiadores!

Aquele comportamento policial não encontra explicação e enquadramento para o seu efeito, mesmo legal. E é um claro exemplo de violência física, de prepotência, de abuso de poder e de autoridade. E queremos, pois, chamar aqui a atenção das estruturas superiores do Ministério do Interior, da Justiça e instituições dos Direitos Humanos para que identifiquem os promotores da façanha e responsabilizá-los, para desencorajar actos idênticos no futuro.

Achamos também que ao agirem nesse sentido estarão a purificar as fileiras policiais, de modo que nunca se confundam os bons agentes dos “arruaceiros”, como aqueles que vimos domingo no Estádio da Machava.

É importante que isso aconteça no mais curto espaço de tempo, e que após a sua identificação que peçam desculpas ao adepto do Ferroviário de Maputo, pois não acontecendo isso continuar-se-á a valorizar a máxima popular que diz: “quando a Polícia comete crime o povo fica sem segurança”.

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