quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sou um homem de desafios - Professor Neca, novo treinador da Liga Muçulmana, que promete crescimento sustentável da equipa e contribuir para o futebol


O TÉCNICO português Manuel Gonçalves Gomes, sobejamente conhecido por professor Neca, já veio a público assumir o compromisso de fazer crescer a Liga Muçulmana de Maputo para níveis acima dos quais se encontra agora, ou seja colocá-la entre as melhores equipas do Moçambola, sem descartar a possibilidade da luta pela conquista do título. Aliás, esta vontade foi manifestada pela direcção do clube, mas Neca limitou-se a dizer que vai, durante as duas épocas que estará à frente da equipa, melhorar a actual classificação da equipa, isso para evitar cair no ridículo em caso de não corresponder à expectativa.

Isso reflecte-se no discurso que fez depois da sua apresentação na segunda-feira na capital do país, no qual apenas promete contribuir para um crescimento sustentável da Liga Muçulmana e do futebol moçambicano no geral, fazendo valer a experiência que acumulou ao longo de mais de 20 anos de carreira, tendo passado por várias equipas na Europa, América, Ásia e África.

Não sei até onde iremos, mas teremos que melhorar a quarta posição que a Liga conseguiu este ano. Há dois anos que a Liga está no Moçambola. Na primeira edição ocupou a nona posição e agora ficou na quarta. Nós teremos que fazer mais”, prometeu Neca, sublinhando de seguida que “sou um treinador de desafios”.

Sobre a possibilidade de contratação de jogadores estrangeiros, o técnico afirmou que vai se tentar, junto com a direcção, encontrar soluções internas e externas para resolver a questão de reforços.

Vamos acertar o plantel que existe e encontrar melhores soluções para que a próxima época seja das melhores”, adiantou.

Porém, a direcção do clube, através do sheik David Cássimo, revelou que há grandes avanços feitos à busca de novas contratações de atletas e em grandes clubes. Cássimo afiançou que todos os reforços serão anunciados até 1 de Janeiro, maioritariamente de clubes nacionais e alguns zimbabweanos.

Questionado sobre o conhecimento que tem do futebol moçambicano, Neca elucidou que está ligado ao futebol africano há sensivelmente 12 anos, a partir da altura que assumiu o comando técnico da selecção angolana na época 1996/97, curiosamente numa altura em que Moçambique esteve em grande, com a qualificação dos “Mambas” para o CAN-96, em Burkina-Faso, quando a equipa de todos nós era orientada pelo consagrado técnico Arnaldo Salvado.

Relativamente à actual realidade do futebol moçambicano, disse ter constado que tem estado a registar um crescimento gradual. “Tenho ligações fortes com estrelas de futebol moçambicanas, casos de Eusébio”.

O novo técnico da Liga não revelou quanto custou a sua contratação, realçando que o seu maior interesse do momento não era a condição financeira, mas sim trabalhar sem grande stress.

O meu objectivo é contribuir para a melhoria organizacional de que o futebol moçambicano se ressente e elevar este sucesso que uma equipa pequena como a Liga Muçulmana conseguiu registar. “O resto ver-se à medida que forem alcançados os objectivos”, frisou, acrescentando que o futebol africano tem muito talento, daí que espera dar a sua humilde contribuição à Liga e ao futebol moçambicano.

COM A MÃO DE QUEIROZ

A vinda de Neca para a Liga teve uma forte “mão” do professor Carlos Queiroz, que se encontra no país, segundo revelou uma fonte da Liga. Quanto à saída de Paulo Camargo, que se aponta como certo no Ferroviário de Maputo, a fonte disse que resultou de um acordo entre as partes.

Paulo Camargo disse, antes do final da época, que lhe tinha sido proposto um projecto e, pelo esforço e zelo que prestou à Liga, considerámos e assim contactámos o professor Neca para o novo projecto que temos, que é de alcançar o título”, comentou, adicionando que a taça seria um bónus. Elucidou que a Liga conseguiu atingir o objectivo que perseguia este ano, que era de melhorar a sua classificação.

No que respeita às informações avançadas pelo clube, segundo as quais a equipa faria a pré-época no Brasil, sheik David Cássimo disse que tudo dependia duma melhor classificação da Liga no campeonato, contrariamente à que foi conseguida.

“A ida da equipa ao Brasil não seria em função do técnico (Paulo Camargo”, reiterou David Cássimo.

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