A CORREDORA sul-africana campeã mundial Caster Semenya, cuja vitória nos 800 metros foi ofuscada por um exame de verificação de sexo, foi recebida como heroína no regresso terça-feira à casa.
Semenya, que venceu os 800 metros com uma apresentação avassaladora em Berlim na semana passada, foi saudada por milhares de pessoas no Aeroporto Internacional Oliver Tambo, em Johanesburgo. Algumas seguravam cartazes com dizeres “Caster, a primeira-dama do desporto".
Os sul-africanos reuniram-se à volta de sua estrela, mas a controvérsia pode também ter tocado num assunto delicado num país onde a raça ainda é uma questão altamente sensível após décadas do “apartheid”, que terminou em 1994.
O questionamento sobre Semenya tornou-se um tema político logo depois dela ter desembarcado.
Julius Malema, activista político líder do partido da juventude militante ANC, lamentou que não foram pessoas brancas o suficiente ao aeroporto para apoiar Semenya.
“Onde estão os sul-africanos brancos?... se fosse “rugby” eles estariam aqui”, disse à multidão, referindo-se ao desporto predominantemente branco.
As próximas semanas serão tensas para Semenya, uma menina calma de 18 anos de idade, até que seja anunciado o resultado dos exames de verificação de sexo, que a colocou nos holofotes internacionais.
“A maneira como ela foi tratada é injusta. Mas mesmo se ela fosse um homem ou mulher, ela é ainda uma campeã”, disse Abigail Mqomboti, funcionária de uma penitenciária, que folgou para participar da cerimónia de boas-vindas daquela que é actualmente a menina mais querida dos sul-africanos.
Por Peroshni Govender (Reuters)
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