EIS de novo o Moçambola-2009!
Numa primeira análise multifacetada àquilo que poderá ser o comportamento destas formações, importa referir o seguinte: os “alvi-negros” terão pela frente um Matchedje que agora adoptou uma postura mais ofensiva, ao se ter apercebido de que a retranca podia lhe ser fatal; nesta altura da sagrada festa muçulmana, a Liga pode perfeitamente festejar em Tete, perante um Chingale à procura de uma bússola que lhe permite desenvencilhar-se dos lugares incómodos da tabela classificativa; o Ferroviário poderá estar descansadinho, diante do seu homónimo de Nacala, que não consegue se desembaraçar da lanterna vermelha; e os “canarinhos” terão nas costas o enorme peso beirense personificado nos “locomotivas” de Akil Marcelino.
É de facto uma jornada bastante diversificada e que pode trazer grandes surpresas e mexidas de vulto no grupo da frente, precisamente onde neste momento se centram as atenções dos adeptos, à medida que nos aproximamos do epílogo da prova e consequentemente da coroação do novo rei do futebol moçambicano.
Esta ronda, aliás, tem a particularidade de se posicionar no meio de duas paragens: a primeira, da semana passada, devido aos quartos-de-final da Taça de Moçambique, e a segunda, na semana que vem, face ao embate dos “Mambas” contra o Quénia, de qualificação para CAN e Mundial de 2010.
No entanto, apesar destas interrupções, o Moçambola-2009 continua a aglutinar os mais variados apetites e prognósticos. Prognósticos em relação ao futuro campeão, em que os concorrentes são Desportivo, Liga Muçulmana, Ferroviário e Costa do Sol; e prognósticos quanto àquilo que “todo o mundo” teme, que é a descida de divisão. Com a corda ao pescoço vivem Ferroviário de Nacala, Textáfrica, Ferroviário de Nampula, Chingale, Atlético Muçulmano e até, se quisermos esticar a fita, FC Lichinga e Matchedje, embora estes, caso caiam, seria mesmo por um infortúnio do tamanho da terra.
CADA CABEÇA UM ARGUMENTO
Na primeira volta, quando Matchedje e Desportivo se defrontaram, no Estádio da Machava, choveu a cântaros.
A partida chegou a ser interrompida e posteriormente retomada. Na altura, Nacir Armando conduzia um time super defensivo, uma estratégia em relação à qual os “alvi-negros” se aborreceram, pois as suas tentativas de penetração esbarravam naquela irritante retaguarda. Mas depois, numa excelente obra de Nelson, lá veio o golo da chuva, o golo da vitória. Amanhã, a partir das 15.00 horas, no relvado do 1º de Maio, com duas formações atacantes, o espectáculo será também um festival de lances atacantes? Esperemos para ver...
Ainda amanhã, o já riscado da corrida Maxaquene recebe no seu campo da Machava o Atlético Muçulmano, com estes últimos dispostos a fazer vida negra ao adversário, pois a sua posição na tabela classificativa não é nada cómoda.
No domingo, as atenções repartir-se-ão por vários recintos, com particular realce para o Estádio da Machava, Costa do Sol e Desportivo de Tete. No Vale do Infulene, o Ferroviário reúne todos os argumentos deste mundo para não se atrapalhar diante do modesto Ferroviário de Nacala, mesmo reconhecendo que este procura não facilitar nesta altura do campeonato. Já os “canarinhos” terão uma missão extremamente complicada, conhecida a arrogância, no sentido positivo do termo, dos “locomotivas” da Beira, mesmo a jogar em Maputo. Por seu turno, a Liga Muçulmana tem de se cuidar face a um Chingale que a todo o custo também tenta sair da zona da despromoção.
Nas restantes duas partidas, destaque para o clássico nortenho entre Ferroviário de Nampula e FC Lichinga, no Estádio 25 de Junho, enquanto o Textáfrica, no campo da Soalpo, recebe a visita da HCB de Songo.
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