NUMA tarde em que Jerry (o apelidado “rato”) esteve em branco, o Ferroviário acabou empatando com o Atlético Muçulmano, que fez um jogo inteligente perante uma “locomotiva” que não soube aproveitar as diversas oportunidades que teve, fruto de uma excelente coordenação dos sectores, com o meio-campo bastante produtivo.
Perante esta entrada fulgurante do adversário, o Atlético viveu momentos de aflição no primeiro quarto de jogo e dificilmente conseguiu sair da sua zona. E não tardou para que os “locomotivas” lograssem o seu objectivo, com Luís a antecipar-se vitoriosamente à saída de Samito, para travar um centro projectado pela direita.
Com este tento “matutino”, ficou a impressão de que o Ferroviário acabaria resolvendo o problema cedo e com uma vitória folgada. Mas foi puro engano, pois o Atlético foi despertando à medida que o tempo ia passando, actuando com frieza e determinação, sobretudo depois do lance em eu Eboh, após sofrer falta à entrada da área, rematou a roçar o poste. ~
O jogo ganhou outro interesse a partir deste momento em que o Atlético se lançou em pé de igualdade com o adversário, mas sem soluções no ataque. Patrício, o único ponta-de-lança de raiz, não tinha muito espaço de manobra diante do quarteto defensivo liderado pelo “capitão” Jotamo.
JERRY PERDULÁRIO
Em duas situações de golo evidente, Jerry não demonstrou a arte que tem de fazer golos. Na primeira, precipitou-se perante a saída de Samito e o “chapéu” que tentou desenhar saiu à balão, desperdiçando um belo trabalho de Luís. Na segunda, também com o guarda-redes pela frente, embrulhou-se com Samito, quando tinha tempo para atirar.
Há quem diga que quando Jerry não está bem, Luís é que faz a compensação, e foi o que se viu. O atacante não deu o segundo golo aos “locomotivas” talvez por força dos deuses “muçulmanos”, naquele forte cabeceamento para o travessão.
Com este cenário, o Ferroviário acabou pagando caro, aos 62 minutos, na sequência de um pontapé de canto, em que o médio Délcio foi às alturas cabecear para o travessão, tendo Patrício finalizado. Patrício, por pouco, dava vitória aos “muçulmanos”, numa outra jogada de contra-ataque em que foi projectado em velocidade. Lançou um forte remate para uma defesa espectacular de Mohamed. Aliás, foi uma defesa incompleta e não estava ninguém de perto para completar a acção.
O empate acabou sendo um resultado justo, perante uma arbitragem não de todo bom.
FICHA TÉCNICA
Árbitro: Bernardino dos Santos, auxiliado por João Paulo e Daniel Viegas. Quarto árbitro: Ainad Ussene.
FERROVIÁRIO – Mohamed; Zabula, Jotamo, Tony e Fred (Artur Manhiça); Danito Parruque, Dário (Joca), Momed Hagy e Maurício (Tchaka); Jerry e Luís.
ATLÉTICO – Samito; Nelito, Moca, James e Gito; Danito Nhampossa (Jojó), Délcio, Dino, Manuelito (Julinho) e Eboh; Patrício (Zito).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Fred, Dário e Samito.
SALVADOR NHANTUMBO
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