quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Crise no Maxaquene: Adeptos barram entrada

O CLUBE de Desportos da Maxaquene parou ontem, literalmente, devido a uma manifestação promovida por um grupo de adeptos que pedia de viva voz a demissão do presidente daquela colectividade, Rafidine Mohomed, seu elenco e a comissão de sócios.

Fachada principal doCLUBE de Desportos da Maxaquene
O grupo de adeptos (pouco mais de trinta), trancou os portões, barrando a entrada de jogadores de futebol que tinham agendado mais um treino, entre outras pessoas a serviço do clube.


Os adeptos apontam como principal razão para tomarem tal atitude, o facto de os “tricolores” não estarem a conseguir corresponder com as exigências desportivas de um dos clubes da proa do país como é o Maxaquene e vêem como solução imediata a demissão de Rafindine Mohomed, acusando-o de estar, ano após ano, a “afundar” a agremiação.

Júlio António, porta-voz do grupo de adeptos descontentes, explicando os contornos da manifestação, disse que “exigimos a demissão de Rafindine Mohomed. Estamos cansados de ser enganados por ele e o seu elenco.

Todos os anos prometem melhores resultados e nunca conseguem nada. De há quatro anos para cá não temos visto nada de positivo. Não podemos aceitar que um clube como o Maxaquene ocupe o décimo lugar. Não é este o Maxaquene que queremos, por isso exigimos a sua demissão e dos seus seguidores”.

Afirmou mais adiante que a comissão de sócios deverá seguir o mesmo caminho da direcção pois há algum tempo que se distanciou dos verdadeiros adeptos e não tem feito nada para interagir com os dirigentes no sentido de os transmitir o descontentamento.

“A selecção zambiana está perfeitamente ao nosso alcance
Questionado sobre a razão de não terem contactado primeiro com a própria direcção, na pessoa do presidente, em vez de partirem para uma medida desta natureza, pondo em risco um dia de trabalho de todo um clube, Júlio António respondeu que “estamos cansados de promessas. Esta direcção tem cometido muitos erros.

Não se explica como permitiram as saídas de Whisky, Tony e Lama para o Ferroviário; Fanuel e Edgar para a Liga Muçulmana, alegando que estes jogadores não serviam quando, se formos a ver, estão a realizar uma boa época e até alguns deles têm sido chamados à Selecção Nacional. Alguma coisa está errada. Campira não tem jogado e não nos admira que seja o próximo a sair. O que é que presta para esta direcção?”

Segundo Júlio António, outro motivo que levou a que tomassem tal medida prende-se com o facto de nunca a direcção ter realizado uma Assembleia Geral de forma que os associados escolham uma nova direcção.

“Nunca se realizou uma assembleia em que nos seria dada a chance de discutir os problemas e elegermos uma nova direcção. Devia ter se realizado uma assembleia em Agosto, mas a direcção diz que fica para o próximo ano (Janeiro) porque a época já está no final”, sublinhou.

Os adeptos que se concentraram, enfurecidos, em frente ao portão principal do clube, destacaram ser legítimo que Rafindine Mohomed se afaste, até porque o seu mandato (quatro anos) acabou em Agosto.

DIRECÇÃO TEM TRABALHADO EM PROL DO CLUBE

Samuel Maibasse, porta-voz do Maxaquene, mostrou-se surpreendido com o cenário que tinha encontrado na manhã de ontem em frente das instalações do clube, porque no seu entender, a direcção tem feito tudo para dar alegria aos adeptos.

“É uma surpresa para mim. Não havia focos de se estar a preparar um boicote à direcção, que sempre mostrou total abertura para conversar com os adeptos ouvindo as suas preocupações. Esta direcção tem feito tudo para obter resultados condizentes com a grandeza do clube, mas infelizmente as coisas não têm corrido bem”, anotou.

Para Maibasse, a contratação do técnico português, Litos, para a próxima época, reflecte o quanto esta direcção está interessada no sucesso da equipa.

“Esta época não correu bem, agora é tempo de preparamos a próxima temporada, e é nesse sentido que já temos o técnico português no país a assistir aos jogos por forma a delinear melhor o futuro plantel”.

Comentando com relação ao facto dos adeptos exigirem a demissão do presidente, Maibasse referiu que a decisão será tomada no decurso da Assembleia Geral programada para Janeiro próximo.

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