O CLUBE de Desportos da Maxaquene parou ontem, literalmente, devido a uma manifestação promovida por um grupo de adeptos que pedia de viva voz a demissão do presidente daquela colectividade, Rafidine Mohomed, seu elenco e a comissão de sócios.
Os adeptos apontam como principal razão para tomarem tal atitude, o facto de os “tricolores” não estarem a conseguir corresponder com as exigências desportivas de um dos clubes da proa do país como é o Maxaquene e vêem como solução imediata a demissão de Rafindine Mohomed, acusando-o de estar, ano após ano, a “afundar” a agremiação.
Júlio António, porta-voz do grupo de adeptos descontentes, explicando os contornos da manifestação, disse que “exigimos a demissão de Rafindine Mohomed. Estamos cansados de ser enganados por ele e o seu elenco.
Todos os anos prometem melhores resultados e nunca conseguem nada. De há quatro anos para cá não temos visto nada de positivo. Não podemos aceitar que um clube como o Maxaquene ocupe o décimo lugar. Não é este o Maxaquene que queremos, por isso exigimos a sua demissão e dos seus seguidores”.
Afirmou mais adiante que a comissão de sócios deverá seguir o mesmo caminho da direcção pois há algum tempo que se distanciou dos verdadeiros adeptos e não tem feito nada para interagir com os dirigentes no sentido de os transmitir o descontentamento.
Não se explica como permitiram as saídas de Whisky, Tony e Lama para o Ferroviário; Fanuel e Edgar para a Liga Muçulmana, alegando que estes jogadores não serviam quando, se formos a ver, estão a realizar uma boa época e até alguns deles têm sido chamados à Selecção Nacional. Alguma coisa está errada. Campira não tem jogado e não nos admira que seja o próximo a sair. O que é que presta para esta direcção?”
Segundo Júlio António, outro motivo que levou a que tomassem tal medida prende-se com o facto de nunca a direcção ter realizado uma Assembleia Geral de forma que os associados escolham uma nova direcção.
“Nunca se realizou uma assembleia em que nos seria dada a chance de discutir os problemas e elegermos uma nova direcção. Devia ter se realizado uma assembleia em Agosto, mas a direcção diz que fica para o próximo ano (Janeiro) porque a época já está no final”, sublinhou.
Os adeptos que se concentraram, enfurecidos, em frente ao portão principal do clube, destacaram ser legítimo que Rafindine Mohomed se afaste, até porque o seu mandato (quatro anos) acabou em Agosto.
DIRECÇÃO TEM TRABALHADO EM PROL DO CLUBE
Samuel Maibasse, porta-voz do Maxaquene, mostrou-se surpreendido com o cenário que tinha encontrado na manhã de ontem em frente das instalações do clube, porque no seu entender, a direcção tem feito tudo para dar alegria aos adeptos.
“É uma surpresa para mim. Não havia focos de se estar a preparar um boicote à direcção, que sempre mostrou total abertura para conversar com os adeptos ouvindo as suas preocupações. Esta direcção tem feito tudo para obter resultados condizentes com a grandeza do clube, mas infelizmente as coisas não têm corrido bem”, anotou.
Para Maibasse, a contratação do técnico português, Litos, para a próxima época, reflecte o quanto esta direcção está interessada no sucesso da equipa.
“Esta época não correu bem, agora é tempo de preparamos a próxima temporada, e é nesse sentido que já temos o técnico português no país a assistir aos jogos por forma a delinear melhor o futuro plantel”.
Comentando com relação ao facto dos adeptos exigirem a demissão do presidente, Maibasse referiu que a decisão será tomada no decurso da Assembleia Geral programada para Janeiro próximo.
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