sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Dinheiro divide direcção na Beira

A DIRECÇÃO Provincial do Futebol Infanto-Juvenil de Sofala, vulgo BEBEC, está praticamente dividida por alegadamente existir uso indevido do fundo destinado à descoberta de talentos naquela modalidade a nível da cidade da Beira.

Com efeito, o administrativo da organização, Luís Sutho, passou a liderar uma “ala” que acusa o delegado provincial, Abel da Barca, de falsificação das assinaturas dos representantes dos bairros e desvio de subsídios. Enquanto isso, Da Barca assegura que está sendo vítima de usurpação de poderes e admite colocar o seu lugar à disposição caso os protagonistas não se demitam.

Tudo começou quando o responsável pela área de Planificação no BEBEC em Sofala, Ludjero Cândido, acusou, em conferência de Imprensa, as estruturas centrais daquele organismo de não estarem a cumprir com os desembolsos dos fundos atinentes à realização da quarta edição -2008/2009. Cândido chegou mesmo a apontar o “boss” administrativo da direcção nacional, Venâncio Maló, de ser o “cabecilha” em muitos desmandos que acontecem na Beira.

Este facto fez com que houvesse um encontro “relâmpago” a nível da cidade da Beira e que resultou na confirmação de depósitos dos fundos, bem como em suspensão de Ludjero Cândido, uma medida tomada pela “ala” liderada por Luís Sutho, sem, no entanto, ter aval do delegado provincial, Abel da Barca.

Sutho disse ainda que a posição da sua “ala” deve-se ao facto de Ludjero Cândido ter proferido inverdades durante a conferência de Imprensa, bem como ter desviado 51 bolas do BEBEC. Referiu que o posicionamento do responsável máximo da organização, Abel da Barca, não tem peso algum pelo facto de este ser inoperacional, tendo ainda o acusado de falsificação de assinaturas dos delegados dos bairros para o posterior desvio de subsídios do mês de Janeiro de 2008. Disse ter sido por esta razão que a sua “ala” abriu uma conta bancária para a agremiação a que da Barca não tem acesso.

Perante este facto, Abel da Barca disse, em conferência de Imprensa, que há usurpação de poderes e acusa os membros Luís Sutho, Agostinho Gomes e Fátima Maite (os três com direito à assinatura dos cheques da organização) de estarem a provocar desmandos.

Da Barca revelou que os visados não prestão contas à agremiação, mas sim ao responsável da administração a nível central, Venâncio Maló, que é considerado culpado por registo de muitos problemas na Beira.

Refira-se que Luís Sutho já teve problemas similares no futebol feminino, facto que pode ter enfraquecido a movimentação desta modalidade em Sofala.

Enquanto a direcção troca acusações, as principais vítimas são as crianças que, vezes sem conta, são obrigadas a percorrer longas distâncias a pé para efectuar um jogo. Vezes há também em que depois desta “ginástica” chegam ao local inicialmente definido e não encontram os responsáveis por alegadamente a partida ter sido adiada e transferida para um outro campo sem prévio aviso aos petizes.

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