O montante, avaliado em 360 mil dólares norte-americanos, destina-se fundamentalmente à mecanização de vários programas de comunicação e educação desportiva, com vista a eliminar o “doping”. Assim, sobe para quatro o número de países contemplados, uma vez que Jamaica e Paraguai foram também abrangidos pelo fundo.
Joel Libombo, administrador da Organização Regional Anti-Doping (RADO), uma instituição sedeada em Maputo, disse, sexta-feira, que Moçambique e Mali apresentaram programas que espelham a total salvaguarda da legislação e regulamentação desportiva, daí que conseguiram aceder ao subsídio da UNESCO.
“Há várias componentes que devem ser seriamente asseguradas, entre elas a importação de determinados medicamentos, as componentes crime saúde pública e, depois, há também que não ferir a própria verdade desportiva”, disse Libombo.
A salvaguarda destes aspectos em termos de legislação e regulamentação desportiva deu a Moçambique e Mali a oportunidade de serem os dois primeiros países africanos que conseguiram o financiamento canalizado por aquela agência das Nações Unidas.
O administrador da RADO referiu, por outro lado, que o fundo, com duas vertentes básicas (comunicação e educação), é um valor acrescentado porque viabilizará os diversos programas preconizados no combate ao “doping”, garantindo a verdade desportiva.
Desta feita, no que tange à comunicação, a RADO, em Moçambique, dedicar-se-á à produção de cartazes de comunicação com imagens de prezadas figuras do desporto, visando, acima de tudo, transmitir mensagens de coragem, tenacidade e de sacrifício à nova geração de atletas para um desporto sadio e livre do “doping”.
Em relação à educação, serão produzidos livros e materiais educativos relativos aos procedimentos que um atleta deve seguir sempre que for abordado para uma testagem, as substâncias que pode consumir e os próprios medicamentos.
Aliás, estão igualmente contemplados outros materiais de educação que podem dar um contributo para que o atleta, os técnicos e todos os envolvidos no movimento possam educar os desportistas para não caírem nas malhas do “doping”.
Nos Jogos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com excepção da África do Sul, anfitriã, seis países participaram nos testes anti-“doping” e uma atleta moçambicana fez parte do grupo. Os respectivos resultados serão conhecidos dentro de uma semana, onde saber-se-á se todos foram qualificados. Os testes, sob supervisão da SAIDS (South African Institute for Drug Free Sport), consistiram em 50 exames aos vários atletas envolvidos.
Joel Libombo apela aos países a criarem organizações nacionais de combate ao “doping”, onde os governos, os comités olímpicos e as várias associações possam fazer cumprir as normas por eles aprovadas (os regulamentos anti-“doping”). Reitera, igualmente, a necessidade de maior divulgação e comparticipação de todos os parceiros, desde as federações, os governos, as organizações desportivas escolares e outras para que os atletas saibam que o uso do “doping” é prejudicial à saúde, é uma mentira desportiva, uma ofensa à saúde pública, mas sobretudo um crime.
A RADO tem como visão livrar o desporto das drogas na Zona VI, através da promoção e coordenação do combate ao “doping” e garantir que o desporto, em geral, pugne por valores nobres, independência, responsabilidade, abordagem ética, profissionalismo entre outras normas.
AIM
Sem comentários:
Enviar um comentário