quinta-feira, 11 de junho de 2009

QUALIFICAÇÃO PARA CAN E MUNDIAL DE 2010 - Mambas: fogo nos olhos ou… adeus castelo de sonhos

OS moçambicanos amantes do futebol, e não só, estão satisfeitos com a sua selecção.

Jogo entre a Selecção de Moçambique e a Tunisia com Paito na dianteira
Perdeu no sábado, na Tunísia, porém, unanimemente reconhecem que realizou uma magnífica exibição, sobretudo na segunda parte, período durante o qual remeteu inapelavelmente o adversário no seu reduto defensivo, pecando, no entanto, por concentrar o seu jogo no miolo do terreno, portanto, longe da baliza e desse modo com poucas chances de desfeitear o “keeper” tunisino. Desta vez, mais concretamente no próximo dia 20, o “teatro das operações” será a cidade de Nairobi, perante um Quénia sedento de vitória, já que é o único do Grupo B desta fase de qualificação para CAN e Mundial de 2010 que ainda não pontuou, tendo perdido em casa (1-2) frente às Águias do Cartago e 3-0, em Abuja, diante da Nigéria.

À semelhança do que sucedeu na deslocação à Tunísia, os Mambas, também agora, irão observar alguns dias de estágio em Adis-Abeba, capital da Etiópia, devendo a viagem acontecer no domingo.

Essencialmente, o que o seleccionador nacional pretende é que a equipa disponha de espaço para a sua tranquilidade, isto é, treinar sem que os jogadores sofram a habitual pressão do quotidiano das suas casas, situação que naturalmente poderia perturbar a serenidade que se deseja uma realidade na véspera deste complicado embate.

Para além igualmente da também necessária ambientação às temperaturas que por esta altura do ano se fazem sentir naquela região do Corno de África, Mart Nooij quer que o espírito de grupo e de irmandade que se vive na selecção seja perpetuado, pois só dessa forma será possível constituir a verdadeira equipa que se pretende nos Mambas.

Mais ainda: existem jogadores convocados para a selecção pela primeira vez, sendo por isso premente a sua rápida integração.

A pouco mais de uma semana do despique em Nairobi, a reminiscência dos moçambicanos mantém bem guardada a extraordinária exibição do seu time, na etapa complementar, no Estádio 7 de Novembro, em Radés, face a uma Tunísia que saiu do campo lisonjeada.

O resultado de duas bolas sem resposta acabou sendo um rude golpe para os Mambas, até porque, tanto numa como noutra situação, os golos foram fortuitos: uma grande penalidade na sequência de uma falta do guarda-redes Kampango e uma perca do esférico por parte do defesa Dário Khan, este último já ao apagar das luzes.

Momed Hagy, médio-centro do Ferroviário de Maputo
É verdade que somente Mart Nooij e seus colegas estão neste momento preocupados em traçar o esquema táctico que os Mambas levarão para enfrentar o Quénia, mas o consenso gira em redor do seguinte de que a selecção deve repetir a excelente actuação da segunda parte de Tunis, desta vez com um acréscimo extremamente importante: fogo nos olhos, um ataque persistente, matreiro e acima de tudo finalizador, já que este tem sido o busílis da questão, mesmo no campeonato.

Em Nairobi, não se esperam facilidades nenhumas, mas também a nossa selecção tem que ser pragmática e ganhar a partida, sob pena de entrar para a segunda volta da competição numa situação deficitária.

Os quenianos são a equipa que ainda não pontuou, pelo que devem estar a esfregar as mãos na perspectiva de um triunfo. Tal como entre nós, lá também a expectativa é muito grande. Uma expectativa acompanhada de apreensão, pois sabem os nossos adversários que tanto diante da Nigéria como da Tunísia fomos impecáveis e não ganhamos por mera casualidade.

EM EQUIPA QUE GANHA…

Aos Mambas, outra coisa não falta, na presente fase, que não seja apenas a vitória, pois as exibições têm sido verdadeiramente de alto nível. Por esse motivo, o técnico holandês prefere alinhar pela máxima segundo a qual em equipa que ganha não se mexe.

No caso vertente, dos 23 futebolistas que foram ao estágio na Líbia a única alteração a acontecer poderá relacionar-se com a provável não chamada de Gonçalves Fumo, pois Mart Nooij reconhece e confessa que não teve possibilidades de o avaliar em virtude de ter chegado tarde a Tripoli – quarta-feira, para no dia seguinte viajar de regresso à Europa, concretamente a Portugal.

Esta situação ficou atravessada na garganta do seleccionador nacional, que, mesmo não o declarando publicamente, terá riscado Gonçalves da sua agenda, a não ser que aconteça um extraordinário volte-face. Mas também, pelo que soubemos dos seus colegas, o próprio jogador já não se sente motivado a responder a uma eventual convocatória para os Mambas, desanimado pelo facto de não ser regularmente utilizado.

“A selecção zambiana está perfeitamente ao nosso alcance
Quanto aos outros atletas, desde o regresso da Tunísia, ao fim da tarde de segunda-feira, estão a cumprir no decurso destes dias o devido repouso, particularmente em relação aos “estrangeiros”, após uma temporada desgastante para alguns.

Por exemplo, Dominguez e Simão estão com as férias praticamente comprometidas, na medida em que, logo após o embate no Quénia, devem se apresentar aos seus clubes: o Supersport United, campeão sul-africano, inicia a nova época no dia 22, e os gregos do Panathinaikos a 25.

Para o estágio na Etiópia seguirão os guarda-redes Kampango, Marcelino e Binó; os defesas Dário Khan, Fanuel, Mano, Paíto, Miro, Campira e Whisky; os intermediários Danito Parruque, Dominguez, Simão, Genito, Mustafá, Momed Hagy, Carlitos, Zé Luís; os avançados Tico-Tico, Dário Monteiro, Josimar e Hélder Pelembe. À excepção de Genito, que se encontra na Hungria e de lá seguirá directamente para Adis-Abeba, todos os outros jogadores se encontram em Maputo.

Alexandre Zandamela

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