QUEM passa no Chiveve merece verdadeiras palmas! O epíteto de inferno não surgiu por acaso. É que, de facto, Beira é um inferno. Beira vive o futebol de uma forma peculiar.
Uma partida caracterizada por muita luta e a incerteza quanto ao seu desfecho a prevalecer até ao derradeiro apito do árbitro. Os dois conjuntos se equivaleram e produziram um espectáculo de qualidade invejável. A turma “muçulmana” acabou por ser a mais feliz e saborear um precioso triunfo que lhe permite manter-se no trono, com 40 pontos, mais um que Desportivo, três em relação ao Ferroviário de Maputo e sete face ao Costa do Sol.
Numa ronda em que foram produzidos apenas nove golos, realce para o ascendente dos visitados, que foram fazer a festa em terreno alheio. Na crucial marcha em direcção ao “canecão”, apenas o Desportivo acompanhou a Liga Muçulmana na conquista dos três pontos, enquanto os outros dois marcaram passo. Com efeito, os “alvi-negros” levaram de vencido o Textáfrica por uma bola sem resposta, no rescaldo de um jogo em que o seu volume atacante merecia, inquestionavelmente, um resultado bem gordinho, mas os dianteiros Aníbal e Binó levaram a goleada para casa.
Pelo mesmo “score” de 1-1, empataram Ferroviário de Maputo e Costa do Sol diante do Atlético Muçulmano e do Ferroviário de Nacala, respectivamente. Na “catedral”, os campeões nacionais terão festejado cedo o triunfo, esquecendo-se de uma eventual surpresa que podia ser protagonizada pelos “muçulmanos” e que, realmente, viria a acontecer, atrasando de certo modo as suas contas de revalidação do título.
Quanto aos “canarinhos”, quando se pensava que a recepção ao “lanterna vermelha” Ferroviário de Nacala seria uma oportunidade soberana para o ansiosamente aguardado pontapé na crise, eis falham de novo, ficando-se por um empate vergonhoso.
Quem já não tem quaisquer dúvidas em relação ao seu afastamento definitivo da corrida para o primeiro lugar é o Maxaquene. Com a sua carreira titubeante, estava claro que os “tricolores” não iriam longe. Ontem, voltaram a perder com o Matchedje, desta vez por 1-0, com a turma “militar” a mostrar que agora, descoberta a face ofensiva que andou literalmente escondida ao longo da primeira volta, pode gritar a plenos pulmões o seu nome.
Sorrateiramente, a HCB de Songo vai se aproximando dos lugares cimeiros. É verdade que não entra na discussão do título, no entanto, está disposta a lutar pelos lugares da frente. Subiu agora para a quinta posição, em resultado do seu triunfo (0-1) no Estádio 25 de Junho, diante do Ferroviário de Nampula, que vai experimentando muitas dificuldades para se livrar da zona da despromoção.
Num confronto directo entre duas formações que também procuram estar longe da linha fatal, Chingale, em Tete, derrotou FC Lichinga por 1-0, encontrando-se agora a um ponto deste seu adversário.
Na classificação, Liga Muçulmana soma 40 pontos, seguida do Desportivo 39, Ferroviário de Maputo 37, Costa do Sol 33, HCB de Songo 28, Maxaquene 27, Ferroviário da Beira e Matchedje 26, Atlético Muçulmano 23, FC Lichinga 22, Chingale 21 e, abaixo da linha de água, Ferroviário de Nampula 16, Textáfrica 15 e Ferroviário de Nacala nove pontos. A 20ª jornada, no próximo fim-de-semana, contempla os embates Atlético Muçulmano-Ferroviário de Nampula, Liga Muçulmana-Costa do Sol (sábado), Matchedje-Textáfrica, HCB de Songo-Maxaquene, FC Lichinga-Ferroviário de Maputo, Ferroviário de Nacala-Chingale e Ferroviário da Beira-Desportivo.
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