segunda-feira, 20 de setembro de 2010

MOÇAMBOLA-2010: Fer. Maputo, 1-Desportivo, 1 - Tudo o intervalo levou!


QUE mal vos fez o intervalo”, é o que os milhares de adeptos presentes no Estádio da Machava deviam estar a dizer no final da partida. Os 15 minutos de descanso não serviram, de certeza, para os jogadores recarregarem as forças e voltarem a proporcionar uma excelente propaganda de futebol, à semelhança do que tinha acontecido no primeiro tempo. Antes pelo contrário, a inspiração e o sentido competitivo parecem ter ficado no balneário.



Foi visível na face dos adeptos, sobretudo do Ferroviário, que precisavam de vencer para manter vivo o sonho do “tri”, alguma tristeza e desilusão pelo facto de a “locomotiva” não ter estado tão afinada na etapa complementar.

Mas o decréscimo das duas equipas pode ser justificado pelo facto de a primeira parte ter sido disputada a um ritmo estonteante. Nesse período, sim! Houve futebol, jogadas individuais e colectivas de belo efeito. E, para adoçar o apetite dos espectadores, foram servidos golos de belo recorte técnico, um dos quais uma raridade neste Moçambola, senão mesmo inédito.

Aos 29 minutos, Munino é chamado a marcar um pontapé de canto pela direita. E, em vez de meter a bola no “barulho”, fê-lo directamente para a baliza. O guarda-redes Mohamad, assim como os seus colegas, foi apanhado de surpresa com esta bela execução do jovem “alvi-negro”. Este golo veio abrilhantar um clássico que, desde o primeiro minuto, estava a ser agradável de ser ver, com as duas equipas a jogarem ao ataque e a criar situações claras de golo. O Ferroviário pode queixar-se de si próprio por não ter aberto o marcador, já que Luís e Ítalo, aos 15 e 18 minutos, respectivamente, desperdiçaram soberanas oportunidades de marcar.

Todavia, ficou a impressão de que os comandados de Chiquinho Conde precisavam de ser beliscados para se encontrarem com o golo. É que, no minuto seguinte, ao tento “alvi-negro”, Luís, a fazer lembrar um búfalo ferido, surgiu explosivo na grande área, dominou a bola e com muita arte passou pelo “keeper” Gervásio e fez o empate. Estavam transcorridos 30 minutos. Dentro de campo o jogo animava e nas bancadas a vibração feita ao som de algumas vuvuzelas aumentava os ânimos.

Antes do final da primeira parte ainda houve espaço para dois lances de golo certo. A primeira pertenceu aos verde-e-brancos, aos 39 minutos, com Jerry a ser o protagonista e, aos 43, foi a vez de Santos, cara-a-cara com o “keeper”, rematar por cima. A avaliar pela produção ofensiva dos primeiros 45 minutos, um empate a duas bolas se encaixaria melhor.

Entretanto, os indicadores faziam antever uma segunda parte ainda mais apimentada. Foi pena que isso tivesse ficado apenas pela imaginação, porque o segundo período foi mesmo descolorido. O jogo baixou claramente de qualidade e até chegou a dar sono.

João Armando, árbitro do encontro, realizou um bom trabalho.

FICHA TÉCNICA

Árbitro: João Armando, auxiliado por Júlio Muianga e Estrela Gonçalves. Quarto árbitro: Sérgio Lopes.

FERROVIÁRIO – Mohamad; Jotamo, Tony, Fred e Zabula (Butana); Whisky, Momed Hagy, Danito Parruque e Ítalo (Imo); Luís e Jerry.

DESPORTIVO – Gervásio; Zainadine Júnior, Emídio, Munino e James; César Bento, Abílio, Muandro e Isac (Dino); Santos (Binó) e Félix (Jojó).

Golos: Munino (29 m) e Luís (30 m).

IVO TAVARES

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