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segunda-feira, 20 de setembro de 2010
“Saio com consciência tranquila, porque cumpri com aquilo a que me propus”
Engenheiro José Neves, figura que dirigiu o Costa do Sol durante 27 anos.
José Neves prometeu continuar a ajudar o Clube de Desportos da Costa do Sol. “Contem comigo. Estarei sempre disponível. Não vou abandonar o clube”.
Há 27 anos, no quadro da política de integração clube/empresa, o engenheiro José Neves foi escolhido presidente do Clube de Desportos da Costa do Sol. Inicialmente, José Neves integrou a comissão de gestão do Costa do Sol depois de ter trabalhado alguns anos no Maxaquene. Hoje, na hora de despedida, Neves, que criou uma estrutura sólida e foi um dos responsáveis pela gestão exemplar desta colectividade, faz um balanço positivo dos 27 anos durante os quais dirigiu o Costa do Sol. “O Costa do Sol, hoje, é o clube que é e tem o mérito que tem. Não tenho dúvidas que tal se deve, em especial, ao trabalho e empenho destes dirigentes todos”, começou por dizer José Neves.
Mais adiante, o presidente cessante recordou que “alguns já morreram e outros estão aqui (na assembleia-geral, entenda-se)”. José Neves ajuntou ainda que “saio com a consciência tranquila, porque cumpri com aquilo a que me propus desde o início, com os meus colegas, que foi transformar o clube”, notou.
José Neves recuou no tempo e recordou que “talvez muitos que aqui estão não saibam que em 1980/1982 os clubes, incluindo o Costa do Sol, estavam praticamente na ruína. A maior parte dos clubes eram dirigidos por pessoas que se tinham ido embora. Então, surge uma decisão política que decide integrar os clubes nas empresas e aí nasce a relação entre a EDM e o Costa do Sol. É, por outro lado, aí onde nasce a minha relação com o clube”, explicou.
Mas nem tudo foi um mar de rosas ao longo deste percurso. É que, recorda José Neves, “no início, não fui muito bem visto pelos sócios porque, na altura, era jovem. As pessoas olhavam para mim como jovem e, ainda por cima, tinha ficado um ano e meio a dar o meu apoio ao Maxaquene na área de futebol”, recorda. E prossegue o seu fio de raciocínio: “Portanto, estão a imaginar o ambiente que me rodeou na altura em que eu apareci. Fiz parte de uma comissão administrativa, de um grupo de gestão que englobava quadros da EDM e do Costa do Sol, na altura”. “Quer dizer”, lembra, “foi necessária uma luta árdua, porque tivemos que estruturar o grupo (...)”.
José Neves disse ainda que “27 anos depois estamos aqui. Conseguimos tornarmo-nos a equipa com mais títulos de campeão nacional e Taça de Moçambique. Portanto, um clube com prestígio; um grupo com um projecto muito interessante”. O presidente cessante garantiu que “não perdi o meu tempo aqui, mas sim ganhei tempo. No desporto, como sabem, existem muitos praticantes e muitas virtudes. Eu não tenho dúvida nenhuma que aprendi muitas lições de solidariedade, respeito para com o adversário. Foi neste clube que fiz as maiores amizades”.
A finalizar, José Neves prometeu continuar a ajudar o Clube de Desportos da Costa do Sol. “Contem comigo. Estarei sempre disponível. Não vou abandonar o clube. É claro que não vou continuar com funções executivas, mas estarei sempre disponível”.
Jersild Chirindza
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