Segunda-feira, dia 14, Armando António Manhiça deixou-nos para sempre. Ficou a recordação de um dos maiores desportistas deste país, que as gerações actuais não tiveram o privilégio de conhecer.
Era um “líbero” cinco estrelas, limpo a desarmar, funcionando como “última vassoura”. Essa característica valeu-lhe a alcunha de “115”, em analogia à ambulância que em Portugal acode às solicitações mais prementes dos cidadãos.
UMA CARREIRA CERCEADA POR UM ACIDENTE BRUTAL
Um futebolista brioso, cuja carreira foi interrompida abruptamente por um acidente de viação, quando estava no auge da carreira. Vamos lembrar um “naco” dessa história.
Tudo aconteceu numa manhã fatídica, na Cidade do Porto, ano de 1974. Armando Manhiça rodava no seu automóvel levando a filha, quando um ferro se “encaixou” entre os rodados de um camião que seguia à frente e depois saiu disparado em direcção ao seu pára-brisas. A viatura, desgovernada, saiu da estrada e embateu numa árvore. A sua filha saiu ilesa, mas o central do FC Porto ficou muito ferido.
A luta para recuperar o homem, uma vez que o futebolista deixara de existir, foi dramática. Os médicos ajudaram a manter vivo o nosso compatriota, ressalvando que isso só foi possível graças à sua extraordinária capacidade física, mas sobretudo à disciplina pessoal, pois o Armando não bebia, não fumava e não perdia noites.
O FC Porto fez uma festa de homenagem e ao mesmo tempo de despedida. O ex-craque voltou ao país com a esposa e filhos, iniciando um pequeno negócio para a sua sobrevivência e dos seus.
Esta semana, o país e os desportistas, muito particularmente os da sua geração, choram a perda do “115”.
A Redacção do “Notícias”, nesta hora de dor, curva-se perante a perda daquele que foi um dos mais talentosos futebolistas moçambicanos de todos os tempos e que brilhou além-fronteiras.
RENATO CALDEIRA
Sem comentários:
Enviar um comentário