EM miniatura, o Faraó esteve connosco. Esteve em Maputo num grande convívio basquetebolístico entre jovens atletas do nosso continente.
Quando as primeiras jornadas deste Afrobásquete começaram a preencher a “catedral”, a primeira e quase certa impressão que ficou em relação ao futuro campeão foi a seguinte: Mali com maior número de probabilidades e a seguir Nigéria. Angola, a despeito da sua inequívoca hegemonia nos seniores, não fazia parte dos prognósticos e conjecturas, dado que neste escalão as diferenças competitivas ainda não são muito acentuadas. Egipto, primeira selecção a desembarcar na nossa capital, estava fora da “bolsa de valores”, à semelhança de Moçambique, mesmo se tratando de organizador da prova.
Malianos, no Grupo “A”, juntamente com moçambicanos, argelinos e sul-africanos; e nigerianos, adstritos ao Grupo “B”, tendo como adversários egípcios, guineenses, centro-africanos e angolanos, desde cedo evidenciaram que efectivamente eram os principais candidatos ao título.
No decorrer da primeira fase não somente ganharam todos os seus desafios como também o fizeram de forma tranquila, ganhando os respectivos grupos com tranquilidade. Aliás, do ponto de vista de desbobinar o jogo, claro estava quem eram os melhores, razão para se vaticinar uma final entre si.
Só que, no “teatro das operações”, estas projecções ruíram por completo, nomeadamente nas meias-finais, quando a Nigéria foi surpreendida pelo Egipto, ficando assim afastada a previsão inicial. Quanto ao Mali, esse, cumpriu a sua obrigação de ganhar à Argélia, daí que foi à final, no sábado, num misto de optimismo e de receio pelos egípcios. Os “Faraozinhos” tinham chegado ao derradeiro encontro meritoriamente, mas porque no começo não estavam “credenciados” para tal, ninguém queria assumir o risco de um prognóstico cem por cento maliano.
E só foi bom, pois a história da final conheceu outros contornos, absolutamente diferentes dos previstos: o triunfo egípcio por 84-82, no epílogo de um jogo disputado com muito ardor pelos dois conjuntos, que explanaram um basquetebol adulto e permanente incerteza quanto ao vencedor. Os dois pontos de diferença constituem o espelho mais eloquente daquilo que foi o jogo, dirimido com um extraordinário envolvimento da rapaziada egípcia e maliana.
Deste modo, o Egipto entra na história da bola-ao-cesto continental como primeiro campeão africano da categoria de Sub-16, tal como o foi, há dias, o Mali, no Afrobásquete de Sub-16 em femininos, prova por si organizada, em Bamako.
Para além da final, realizaram-se no pavilhão do Macaqueie mais três partidas, a saber: Nigéria derrotou Argélia por 65-56, Moçambique venceu Angola pela marca de 61-60, um ponto que reflecte a rivalidade que se verificou ao longo dos 40 minutos da contenda, e República Centro Africana superou África do Sul por 70-52.
Na classificação final, Egipto foi primeiro, Mali segundo, Nigéria terceiro, Argélia quarto, Moçambique quinto, Angola sexto, RC Africana sétimo e África do Sul oitavo. Guiné, como se sabe, foi desqualificada devido à falsificação de idades.
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