A FEDERAÇÃO Moçambicana de Natação, através da respectiva Comissão Administrativa, vai beneficiar de assistência técnica da sua congénere sul-africana, no âmbito do protocolo assinado ontem em Maputo entre as duas entidades, representadas pelos respectivos presidentes, nomeadamente Cremildo Gonçalves e Jayseelan Naidoo.
A natação moçambicana não beneficia de acções de formação nas várias vertentes há muitos anos e esta é uma das principais razões do retrocesso da modalidade.
Aliás, uma das maiores preocupações da Comissão Administrativa da FMN é a reestruturação do Gabinete Técnico para o enquadramento das diversas actividades inerentes à formação e treinamento por forma a assegurar um acompanhamento e crescimento progressivo do nível competitivo dos atletas.
A FMN apresenta-se neste momento debilitada em termos de gestão administrativa e técnica da modalidade devido à ausência de uma estrutura organizativa eficiente aliada às diversas crises directivas pelas quais a instituição passou nos últimos anos, motivo pelo qual foi criada a Comissão Administrativa em Outubro do ano passado.
Este acordo surge numa altura em que Moçambique está igualmente comprometido com a organização do 9º Campeonato Africano da região austral (Zona III e IV) em 2012, evento que a Confederação Africana de Natação (CANA) cedeu ao nosso país pelo notório esforço de melhorar o nível competitivo perante as diversas adversidades de natureza técnica e infra-estrutural.
Este campeonato concentrará em Maputo 700 atletas de 20 países da região, nomeadamente Moçambique, África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi, Botswana, Lesotho, Suazilândia, Angola, Sudão, Tanzania, Quénia, Uganda, Ruanda, Angola, Seychelles, Madagáscar, Maurícias, Etiópia e Burundi.
O desejo de acolher este evento surgiu antes de o país ter assumido o compromisso de receber os Jogos Africanos de 2011, segundo declarações do vice-presidente da comissão, Momed Essaque.
Foi na base destes desafios que a FMN concluiu que era necessário estabelecer acordos de cooperação com as congéneres da região, tendo o primeiro passo sido o contacto com entidades ligadas à federação sul-africana que, na sequência disso, visitaram o país em Janeiro último, durante a realização do Campeonato Nacional de Verão de piscina curta, com objectivo de observar os talentos moçambicanos e as infra-estruturas.
“O namoro com sul-africanos começou no 6º Campeonato Africano realizado em Janeiro último, na vizinha África do Sul, em que Moçambique ficou em terceiro lugar na classificação geral, atrás da África do Sul (vencedor) e Zimbabwe. Os sul-africanos ficaram impressionados e acederam ao nosso convite para virem ao país até chegarmos a este acordo”, frisou Momed Essaque.
Por seu turno, Jayseelan Naidoo advertiu que a organização de um evento de calibre continental é em si tão importante, mas é igualmente salutar garantir que os atletas tenham capacidade suficiente para fazer face a este tipo de competições.
“Estamos encorajados pela performance apresentada pela selecção moçambicana na última edição do campeonato regional que acolhemos entre Dezembro e Janeiro. A medalha de bronze é encorajadora para o futuro”, sublinhou.
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